O senador Tasso Jereissati, (PSDB-CE), participou da live de Istoé, nesta sexta-feira (21). Tasso avalia que não existe qualquer dúvida que a postura do presidente Jair Bolsonaro e do governo frente à crise sanitária é desastrosa.

“Faltou sensibilidade ao presidente. Bolsonaro é o responsável pelo caos na saúde, pelas mortes e pela tragédia. Faltou dar um rumo para o País”, disse.

O senador falou também sobre economia, educação, meio ambiente e, evidentemente, política. Opinou sobre as reformas e a aprovação do Marco legal do saneamento. Para Tasso, o Congresso vem fazendo o papel dele para enfrentar as diversas crises, mas destaca o Marco legal do saneamento como o grande passo à frente para combater a desigualdade social. “Será a grande revolução dos nossos tempos”, avalia.

A nova legislação estabelece a universalização dos serviços de saneamento básico no Brasil, abrindo a possibilidade de investimentos privados no setor. Com efeito, existem cerca de 35 milhões de pessoas sem acesso à água e 100 milhões sem esgoto. Para ele, a maior chaga social do País. Ao certo, segundo o senador, a aprovação do marco legal vai revolucionar o Brasil e permitir que todos os brasileiros venham a ter, até 2033, água tratada e esgoto na porta de suas casas.

“As crianças têm celular nas mãos e brincando em cima do esgoto a céu aberto. O maior retrato da desigualdade. Uma vergonha”, entende.
Tasso tem dito que o Congresso Nacional, de uma maneira geral, tem se saído muito bem no enfrentamento das mais diversas crise que o país atravessa, seja ela política, sanitária e econômica, porque tem tomado o protagonismo quando é chamado. No entanto, Tasso aponta o dedo para seus pares ao avaliar que o Senado ter contestado o veto imposto por Bolsonaro ao aumento das salários dos funcionários públicos.

“Não podemos mais agravar o quadro fiscal. Foi um grande equívoco o Senado ter derrubado o veto do reajuste dos servidores”.

Dono da maior fortuna do Senado, com mais de R$ 389 milhões em bens declarados, Tasso é formado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas, líder empresarial, governou o estado do Ceará por três mandatos e é um dos mais influentes políticos tucanos em Brasília.

Para ele, a economia do País, que já está em crise, sofrerá um duro golpe no pós pandemia. “O desequilíbrio fiscal trará consequências graves para a nossa e futuras gerações”, diz.

O tucano também falou no bate-papo sobre a PEC do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica. Ele, nos últimos dias, retirou uma emenda à PEC do Fundeb para viabilizar a votação, que tem grande importância para o fortalecimento da educação brasileira. Tasso reconhece que há no projeto aspectos que causam sérias dificuldades fiscais para muitos estados, mas avalia que a proposta de emenda constitucional “vai passar tranquilamente no Senado”.

Jereissati admite que o país que a saída da crise sanitária obrigará o governo, e o Parlamento, a redesenhar um programa assistencial que contemple os cerca de 30 milhões de brasileiros invisíveis.

“Uma renda básica feita com muito cuidado e responsabilidade terá que ser feito”, diz. O parlamentar fez um diagnóstico da corrida eleitoral para 2022 e como o PSDB vai se posicionar na oposição.

“O PSDB tem quadros, nomes e problemas. Estamos renovando. Na eleição de 2002, vai cair a ficha que o eleitor está cansado da polarização entre extremos”, disse.