O Starship da SpaceX, o foguete mais potente já construído, deverá permanecer em terra enquanto a companhia de Elon Musk conclui dezenas de correções para evitar que se repita a explosão que arruinou seu primeiro voo de teste orbital, disseram funcionários americanos nesta sexta-feira (8).

As 63 correções incluem “redesenhos de hardware do veículo para evitar vazamentos e incêndios, redesenho da plataforma de lançamento para aumentar sua robustez”, testes adicionais dos sistemas de segurança e mais, informou a agência federal de aviação dos EUA, a FAA, em comunicado, após concluir uma revisão que durou meses.

A SpaceX fez explodir o foguete sem tripulação quatro minutos depois da decolagem da base da empresa em Boca Chica, Texas, em 20 de abril. A nave apresentou diversas falhas nos motores e seu propulsor de primeiro estágio não se separou da cápsula espacial que estava acima.

O foguete se desintegrou em uma bola de fogo que caiu sobre o Golfo do México, enquanto uma nuvem de poeira flutuava sobre um pequeno povoado a vários quilômetros de distância.

Musk parabenizou de imediato sua equipe da SpaceX por um lançamento de teste “emocionante” e declarou que o mesmo havia sido um sucesso porque a empresa obteria informação valiosa sobre o que havia dado errado.

A FAA iniciou rapidamente uma investigação, enquanto grupos conservacionistas anunciaram que processariam a agência reguladora por não fazer o suficiente para proteger o meio ambiente.

Embora as investigações tenham sido concluídas, a FAA ressalta que isso “não representa a retomada imediata dos lançamentos da Starship em Boca Chica”.

Uma nova Starship está pronta atualmente na plataforma de lançamento, informou a SpaceX na rede social X (antigo Twitter).

Em um comunicado, a companhia reiterou sua posição de que o primeiro teste “foi um passo crítico no avanço das capacidades do sistema de lançamento mais potente já desenvolvido” e “proporcionou numerosas lições aprendidas”.

Com 120 metros de altura, o Starship produz uma força de empuxo de 74,3 meganewtons, mais que o dobro dos foguetes Saturno V utilizados para enviar os astronautas da missão Apollo à Lua.

A SpaceX o concebeu como uma nave espacial de nova geração totalmente reutilizável que, com o tempo, levará tripulação e carga para Marte. A Nasa contratou uma versão da Starship para que funcione como módulo de alunissagem do programa Artemis, destinado a levar astronautas de volta à Lua em meados desta década.

ia/jh/atm/gm/rpr/am

X