A cidade de Guayaquil, foco da epidemia de Covid-19 no Equador, começará na próxima quarta-feira a abrandar a quarentena imposta há nove semanas em todo o país para conter a doença, anunciou nesta segunda-feira sua prefeita, Cyntha Viteri.

“Passaremos, com cautela, ao sinal amarelo”, informou a prefeita da cidade, de 2,7 milhões de habitantes. O governo do Equador aplica desde meados de abril um semáforo para diferenciar o risco nas diferentes regiões do país.

Os 221 cantões começaram no vermelho, mantendo há nove semanas medidas restritivas como toque de recolher de 15 horas e suspensão do trabalho presencial e das aulas. Desde 31 de abril, apenas três cantões passaram ao amarelo, fase em que o toque de recolher é de oito horas e são retomadas as consultas em hospitais, o transporte urbano, o trabalho presencial com 50% dos funcionários e atividades comerciais.

Quito e várias das principais cidades do Equador se mantêm no vermelho, dentro do estado de exceção decretado pelo Executivo há dois meses e que irá se estender até meados de junho.

O Equador é um dos países latinos mais atingidos pelo novo coronavírus, com 34 mil casos, incluindo 2,8 mil mortos. A província de Guayas, cuja capital é Guayaquil, concentra 53% das infecções.

Desde que a presença do vírus foi declarada no Equador, em 29 de fevereiro, os sistemas de saúde e funerário entraram em colapso em Guayaquil, onde foram registradas cerca de 9,1 mil infecções. Apesar do início do desconfinamento, a cidade não considera a emergência encerrada.

“Pode haver um novo surto, uma segunda onda, se as medidas necessárias não forem tomadas. Seremos, então, obrigados a retornar ao sinal vermelho”, manifestou a prefeita. O governo nacional deixou nas mãos dos prefeitos a decisão de iniciar o desconfinamento.