A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, não considerou “confiável” a maneira como a Grécia pretende responder às novas exigências de seus credores (UE, FMI) em caso de desvio orçamentário, informou nesta sexta-feira o jornal Financial Times.

Lagarde escreveu uma carta ao Eurogrupo (os 19 ministros de Finanças da zona do euro) à qual o jornal britânico teve acesso. A carta menciona o “segundo bloco” de reformas que seria imposto ao governo grego, caso ele não respeite a meta de superávit primário (antes do pagamento dos juros da dívida) de 3,5% do PIB em 2018.

A diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI) reafirma que considera essa meta muito ambiciosa, salvo se Atenas consiente reformas ainda mais profundas em seu sistema de aposentadorias e no regime fiscal.

“Infelizmente, o mecanismo que Atenas propõe [para o segundo bloco de reformas] não inclui essas reformas e, sim, medidas ad hoc não muito confiáveis nem desejáveis, pois acrescental a incerteza”, diz Lagarde.

Uma reunião extraordinária dos ministros das Finanças do Eurogrupo, entre eles o grego Euclides Tsakalotos, voltará a discutir na segunda-feira em Bruxelas as reformas gregas e uma redução da dívida do país (de quase 180% do PIB).

No dia 22 de abril, em Amsterdã, o Eurogrupo abriu, na presença de Lagarde, o debate sobre a dívida, como Atenas desejava, e ameaçou com novas reformas se em 2018 houver desvio no orçamento.

Os credores ainda devem validar formalmente un primeiro pacote de medidas de austeridade em troca do terceiro programa de resgate, aprovado em 2015.

Na Grécia, o transporte público foi paralisado nessa sexta-feira em uma greve 48 horas organizada pelos sindicatos contrários a dois projetos de lei sobre as reforma do sistema previdenciário e do imposto de renda.

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