O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê uma recuperação “parcial e desigual” na América Latina devido à crise do Covid-19 e prevê que alguns países levarão “anos” para voltar a crescer e exigir assistência, disse o número dois do organismo multilateral nesta quarta-feira.

Geoffrey Okamoto, primeiro subdiretor administrativo do FMI, considerou que, apesar do coronavírus continuar ceifando vidas em todo o mundo, em termos econômicos a situação global é um pouco melhor do que a inicialmente projetada, especialmente nas economias avançadas. O panorama, contudo, não é homogêneo.

“Acho que a América Latina é um bom exemplo de recuperação parcial e desigual. É uma espécie de microcosmo interessante do resto do mundo”, disse durante um fórum organizado pelo Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS) em Washington.

Okamoto estimou uma contração de 9% do PIB regional em 2020, um pouco abaixo dos 9,4% projetados em junho pelo FMI. Ele previu uma “recuperação parcial” para a região em 2021, embora nem todos os países enfrentem a mesma realidade.

Equador, Argentina, Bolívia, Peru e México “foram muito afetados economicamente” pela crise da covid-19, enquanto outros, como Costa Rica e Uruguai, “conseguiram resistir muito bem do ponto de vista econômico”, avaliou.

O FMI concedeu ajuda emergencial a quase 80 países, 20 deles na América Latina. E, segundo ele, continua pronto para apoiar as nações necessitadas.

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“Estamos tentando preservar nossa potência financeira para (contribuir em) países onde provavelmente haverá necessidades não apenas nos próximos meses”, mas por “anos”, disse Okamoto.

“Estamos falando de um grande crescimento, ou mesmo de uma retomada do crescimento, que vai demorar alguns anos”, disse.

A América Latina é a região mais afetada pela covid-19, que surgiu na China no final de 2019. É responsável por 8,8 dos 31,6 milhões de casos confirmados desde então, e mais de um terço das mais de 971.000 mortes registradas.

As novas projeções de crescimento do Fundo para a região serão divulgadas na próxima atualização do “World Economic Outlook” (WEO), que será divulgado durante a reunião anual do FMI e do Banco Mundial marcada para 12 a 18 de outubro.


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