O Fundo Monetário Internacional (FMI) e as autoridades argentinas estão negociando “intensivamente” para chegar a um acordo sobre a quinta revisão do programa de crédito em meio a uma situação “muito complexa e desafiadora”, afirmou uma porta-voz do FMI nesta quinta-feira (13), em Washington.

Em 2022, a instituição e o Governo da Argentina concordaram com um programa de crédito em que o país sul-americano recebe US$ 44 bilhões (em torno de R$ 214,4 bilhões) em 30 meses em troca de aumentar suas reservas internacionais. Reduzir o déficit fiscal, em que o PIB foi de 3% em 2021 para 2,5% em 2022, tem projeção de cair ainda mais, para 1,9% em 2023 e 0,9%, no ano que vem.

A situação da economia argentina é preocupante, com uma inflação interanual superior a 110% e a pobreza na casa dos 40%, de acordo com o instituto oficial de estatísticas Indec, além de uma seca que levou à perda de uma renda de US$ 20 bilhões (aproximadamente R$ 97,4 bilhões).

“Nossa equipe tem trabalhado intensivamente com as autoridades argentinas para ajudar a progredir e avançar para finalizar a quinta revisão e ajudar as autoridades a lidarem com uma situação muito complexa e desafiadora”, disse Julie Kozack, diretora de comunicações do FMI, em uma coletiva de imprensa.

As negociações, que começaram há alguns meses, se concentram em “alternativas para fortalecer o programa das autoridades, reconhecendo, simultaneamente, o impacto da seca na economia”, sinalizou Kozack.

Trata-se de “garantir a estabilidade mediante o aumento da acumulação de reservas e a melhoria da sustentabilidade fiscal” enquanto “protege os setores mais vulneráveis”, acrescentou o FMI.

A diretora ainda confirmou que a Argentina tem cumprido com suas obrigações financeiras. Em 30 de junho, pagou ao FMI os vencimentos daquele mês, de US$ 2,7 bilhões (R$ 13,1 bilhões), utilizando Direitos Especiais de Saque (reservas do Estado na instituição financeira) e ienes – uma das cinco moedas aceitas para liquidar dívidas com a instituição financeira.

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