Várias ONGs criticaram o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (BM), que se reuniram esta semana em Marrakech, acusando-os de não agirem com a rapidez necessária para enfrentar desafios como a mudança climática, apesar de suas promessas.

Durante a reunião anual do FMI e do BM no Marrocos, o presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, defendeu a necessidade de uma instituição maior e mais eficaz para “erradicar a pobreza em um planeta habitável”.

Entre as medidas apresentadas, Ajay Banga citou o Uruguai como exemplo: “se tornou o primeiro país a se beneficiar de uma taxa de juros reduzida como resultado direto do cumprimento das metas de desempenho climático”.

Banga afirmou, também, que espera obter “cerca de US$ 150 bilhões (R$ 757,3 bilhões, na cotação atual) em capacidade de financiamento adicional, nesta década”.

Há quem acredite, entretanto, que a agenda avança muito lentamente, diante da evolução da mudança climática.

“Estamos ainda na etapa de observação”, lamentou o diretor de campanha da ONG Avaaz, Óscar Soria, em Marrakech.

“As coisas não avançam rápido o suficiente. Vemos progressos concretos, o que é bom, mas falta muito mais ambição”, disse o responsável pelo Global Citizen, Friederike Röder.

O BM também foi criticado por seu financiamento em favor das energias fósseis.

“Há uma verdadeira dicotomia entre o que o Banco pretende fazer e o que realmente faz no terreno”, lamentou Rebecca Thissen, da Climate Action Network.

Quando questionado a respeito, Ajay Banga garantiu que os investimentos diretos em gás, no ano passado, foram limitados a US$ 170 milhões (R$ 858,3 milhões), de um total de US$ 120 bilhões (R$ 605,8 bilhões).

No entanto, os investimentos diretos podem ser apenas a ponta do iceberg. De acordo com a ONG alemã Urgewald, o Banco Mundial permitiu a contribuição de US$ 3,7 bilhões (R$ 18,6 bilhões) ao setor de petróleo e gás no ano passado, por meio de investimentos indiretos.

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