FMI diz que negociações com Argentina estão ‘muito avançadas’

As negociações para a primeira revisão do empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI) à Argentina estão “muito avançadas”, anunciou a organização financeira internacional nesta quinta-feira (24).

O país sul-americano acertou um empréstimo de US$ 20 bilhões (R$ 110,4 bilhões na cotação atual) com o Fundo em abril, dos quais já recebeu US$ 12 bilhões (R$ 66,2 bilhões). Atualmente, o país negocia a primeira revisão dessa ajuda, cuja aprovação permitirá o desembolso de aproximadamente US$ 2 bilhões (R$ 11 bilhões) adicionais.

As negociações sobre a primeira revisão “estão muito avançadas” e o próximo passo será chegar a um acordo “entre as autoridades e a equipe” do Fundo, disse a porta-voz do FMI, Julie Kozack, em entrevista coletiva em Washington.

“Acreditamos que isso possa acontecer muito em breve”, acrescentou.

Uma vez alcançado, esse acordo deverá ser submetido à aprovação do Conselho Executivo. A porta-voz não informou uma data nem esclareceu se isso será feito antes do recesso de verão de agosto.

Kozack elogiou mais uma vez a administração do presidente ultraliberal Javier Milei, que reduziu a inflação (de 211% em 2023 para 118% no ano passado) e alcançou um superávit fiscal em 2024 pela primeira vez desde 2010.

O presidente se orgulha de ter alcançado esses números fechando agências e eliminando 50.000 empregos públicos, além de eliminar quase completamente as obras públicas.

“O programa teve um início sólido. Foi apoiado pela implementação contínua de políticas macroeconômicas restritivas, incluindo uma âncora fiscal sólida”, estimou o porta-voz.

Em troca do acordo de empréstimo, o governo argentino suspendeu muitos dos controles do mercado de câmbio em vigor desde 2019 e introduziu um novo esquema de flutuação para a cotação do dólar.

“A transição para um regime de câmbio mais flexível foi tranquila. A desinflação foi retomada e a Argentina recuperou o acesso aos mercados internacionais de capitais antes do inicialmente previsto pelo programa”, explicou o porta-voz.

A Argentina busca fortalecer suas reservas internacionais e o governo conteve sua emissão monetária, o que ajuda a manter o preço do dólar estável.

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