Fluminense e Botafogo se enfrentam neste domingo, às 16 horas, no Maracanã, com crises escancaradas dentro e fora de campo. Como se já não bastasse a posição incômoda de cada um na tabela do Campeonato Brasileiro, a situação financeira delicada dos clubes também tem virado notícia nos últimos dias.

Após o empate sem gols contra o Vitória, na quinta-feira, o presidente do Fluminense, Pedro Abad, veio a público explicar os planos do clube para tentar honrar os compromissos com os funcionários, inclusive os jogadores do time, que estão com salários atrasados.

“Tenho várias opções de formas de receber dinheiro. Tivemos atletas formados no clube que passaram por transferência internacional, então conseguimos pensar em algumas operações. Não estamos longe de resolver a questão Richarlison. Tenho uma ou duas opções que envolvem negociações. Fiz reuniões para explicar o momento que passamos e o pessoal tem sido compreensivo e entendido a dedicação”, comentou o dirigente.

Por mais que o time busque não misturar os problemas, fica difícil de garantir que um não interfira no outro. Além do tropeço no Maracanã diante do rival baiano, o Fluminense já vinha de um empate (1 a 1) com o São Paulo e uma derrota para o Cruzeiro (2 a 1), jogando ambas as vezes fora de casa. Com 28 pontos, o clube sofre para se distanciar da temida zona da degola. Na opinião do meio-campista Jadson, o momento é de ter cabeça no lugar.

“Precisamos ter frieza, inteligência. Não adianta chegar e querer ganhar de qualquer jeito”, comentou o jogador, que admitiu o incômodo com o atraso salarial: “Situação chata. Todo funcionário trabalha com a intenção de receber”, afirmou.

Não que do outro lado o clima seja menos turbulento. Somente na última quinta-feira, o Botafogo conseguiu quitar a folha salarial de julho, graças a uma verba de R$ 3,8 milhões recebida pelo patrocínio com a Caixa, que foi renovado recentemente. Porém, nesta segunda já vai vencer o prazo dos pagamentos de agosto, e é provável que o clube volte a ficar em dívida com seus atletas.

Dentro das quatro linhas, a crise também preocupa. Com dois pontos a menos que seu rival, o clube de General Severiano flerta perigosamente com a zona do rebaixamento. Nos dois últimos compromissos, empate com o Cruzeiro (1 a 1), em casa, e goleada sofrida para o Grêmio (4 a 0), em Porto Alegre.

Na opinião do técnico Zé Ricardo, não é momento, porém, de tentar grandes reformulações na equipe titular. “Tivemos uma produção que me deixou bem seguro, criamos boas oportunidades”, disse o treinador, referindo-se ao duelo com os mineiros. “Aquela equipe teve mais a ver do que esperamos do Botafogo, do que tentamos trabalhar no dia a dia. Não devemos ter grandes novidades para o clássico”, comentou.

Para o jogo deste domingo, Zé Ricardo não poderá contar com o zagueiro Carli e o volante Jean, ambos suspensos. No Fluminense, a principal ausência continua sendo do atacante Pedro, que se recupera de lesão. Luciano, ex-Corinthians, pode ganhar uma chance no lugar de Kayke.