Não há mais equipes invictas no Campeonato Carioca. A última a perder foi o Vasco, que nesta quarta-feira foi totalmente envolvido pelo Fluminense e caiu, de virada, por 2 a 1, no Mané Garrincha, em Brasília. Com direito a “olé” nos minutos finais, o time tricolor ressurge na competição ao colar no G-4 e dar um enorme respiro ao ameaçado técnico Mano Menezes.
Mesmo sofrendo um gol de Philippe Coutinho no primeiro minuto, o Fluminense mostrou-se melhor organizado o jogo todo e, com méritos, somou sua segunda vitória na Taça Guanabara, subindo para a sexta colocação e voltando a sonhar com classificação às semifinais.
Ao Vasco fica a lição que precisa competir com os times mais fortes se quiser algo na competição. Em dia de assumir a liderança, a equipe amarga uma dura derrota em jogo no qual fez um segundo tempo horroroso. Para piorar, ainda perdeu Coutinho, com lesão muscular.
As equipes entraram em campo com metas distintas em Brasília, das quais só o triunfo tinha serventia. O invicto e empolgado Vasco mirava a liderança enquanto o Fluminense tentava se manter com chances na Taça Guanabara e, ao mesmo tempo, defendia a cabeça do técnico Mano Menezes, muito pressionado pela sequência de resultados negativos.
Em um estádio lotado, a promessa era de um grande clássico, aberto e ofensivo. A comprovação do prognóstico veio em alta velocidade. O Vasco necessitou somente de um minuto para abrir o placar. Paulinho foi ligeiro ao roubar a bola de Fuentes e achar Vegetti pelo lado direito, na linha de fundo. O argentino cruzou para trás e livre na área, Philippe Coutinho mandou às redes.
O meia celebrou bastante, mostrando superação. O camisa 10 se tornou dúvida para Fábio Carille momentos antes de a bola rolar no Mané Garrincha ao sentir um leve desconforto muscular no aquecimento. O problema persistiu com o jogo em andamento e Coutinho fazia alongamento por vezes, enquanto o francês Payet aquecia. A troca veio com apenas 30 minutos.
Com incentivo da torcida, que “ignorou” o gol rival, o Fluminense não demorou a chegar na busca da igualdade. Mas o erro vascaíno não foi aproveitado por Canobbio, que roubou a bola e bateu, mas viu o defensor tirar de cabeça para escanteio. O menino Riquelme Felipe, de 17 anos e a aposta de Mano, também não caprichou quando teve sua oportunidade.
Eis que a bola parada acabou decisiva na etapa. Arias cobrou falta para a área e Thiago Silva “voou” para empatar. Após segundos de indefinição, o VAR confirmou posição legal e o experiente defensor vibrou muito, pedindo à torcida que aumentasse o som na busca pela virada.
O Fluminense cresceu e não demorou a assumir a liderança do placar. Em lance iniciado em cobrança de lateral e briga de Arias pela bola com os marcadores, Cano apareceu sozinho dentro da área para desviar o chute de Fuentes e dar um respiro para Mano Menezes.
A queda no poder ofensivo ao longo da primeira etapa fez Carille optar por Alex Teixeira após o intervalo. Queria companhia para Vegetti, que ficou isolado na frente após a saída de Coutinho. Payet entrou mais recuado, na armação.
O time cresceu e começou a rondar mais a área do goleiro Fábio. Mas com levantamentos sem destino e facilmente cortados. O Vasco carecia da habilidade de Payet, um tanto lento e “fora do jogo”. Puma Rodríguez entrou como ponta para tentar auxiliá-lo. O lateral é especialista em cruzamentos.
Com o placar construído, o Fluminense evitava correr riscos e tinha em Arias o seu desafogo. Todas as jogadas passavam pelos pés do colombiano, que dava enorme trabalho aos defensores do Vasco e sofria com as faltas. Após um cruzamento na área do meia, Thiago Silva quase amplia.
O Fluminense era quem mais parecia perto de balançar as redes no clássico. Chegava bem em trocas de passes envolventes e nas bolas alçadas. Atrás, o time de Mano Menezes estava bem postado e sofrendo pouco ou quase nada, fazendo os vascaínos vaiarem seus jogadores. Carille encheu o time de atacantes, mas sequer ameaçou chegar à igualdade. E a festa foi tricolor.
FICHA TÉCNICA
VASCO X FLUMINENSE
VASCO – Léo Jardim; Paulo Henrique (Bruno Lopes), João Victor, Lucas Oliveira e Lucas Piton; Jair (Mateus Carvalho), Tchê Tchê, Hugo Moura (Puma Rodríguez) e Paulinho (Alex Teixeira); Philippe Coutinho e Vegetti. Técnico: Fábio Carille.
FLUMINENSE – Fábio; Guga, Thiago Santos, Thiago Silva e Gabriel Fuentes; Hércules, Martinelli (Bernal) e Jhon Arias; Riquelme Felipe (Lima), Cano (Serna) e Canobbio (Paulo Baya). Técnico: Mano Menezes.
GOLS – Philippe Coutinho, a um, Thiago Silva aos 31, e Cano, aos 40 minutos do primeiro tempo.
CARTÕES AMARELOS – Paulinho, Jair, Hugo Moura, Mateus Carvalho e Lucas Oliveira (Vasco); Thiago Silva, Gabriel Fuentes e Bernal (Fluminense).
ÁRBITRO – Wagner do Nascimento Magalhães.
RENDA E PÚBLICO – Não disponíveis.
LOCAL – Estádio Mané Garrincha, em Brasília (DF).