Há 119 anos, Oscar Cox “tinha a melhor ideia de todos os tempos”, como costumam dizer os torcedores do Fluminense. Nesta quarta-feira, o clube comemora o aniversário em meio a uma temporada lotada de jogos importantes, salários em dia, reconstrução financeira ainda em curso e a impossibilidade de promover a tradicional festa em Laranjeiras por conta da pandemia da Covid-19.

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No ano passado, o clube chegou a promover uma live de lançamento do livro “Time De Guerreiros – A Epopeia do Tri”, com shows e convidados especiais. No entanto, para este aniversário não há nada neste sentido programado. Vale lembrar que a equipe entraria em campo na terça-feira para o jogo de volta das oitavas de final da Libertadores e a torcida chegou a fazer um mosaico especial, mas a partida acabou adiada.

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​Mesmo assim, o momento dentro de campo é bom. No início do ano, o time conseguiu a classificação para a Libertadores depois de oito anos longe. Depois de avançar em primeiro no “grupo da morte”, o Flu tem uma vantagem por 2 a 0 contra o Cerro Porteño (PAR) nas oitavas. Na Copa do Brasil, eliminou o Red Bull Bragantino e agora encara o Criciúma. No Brasileirão, a situação ainda é instável, mas Roger Machado vem tentando organizar a equipe e equilibrar os desfalques.

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ÍDOLO E JOVENS

Mesmo ainda em crise nos cofres, o Fluminense conseguiu montar um time competitivo dentro de suas possibilidades. Apostando em jogadores sem contrato ou empréstimos, o clube mescla os reforços com soluções caseiras. Mais do que nunca, Xerém vem sendo fundamental para manter o Tricolor no caminho das vitórias e almejando objetivos maiores.

Soma-se a isto a presença de Fred. Se há um ano a volta do ídolo ainda estava fresca, agora a vida com o camisa 9 é uma realidade e deu resultados. Ele foi responsável por 70% dos gols da equipe na fase de grupos da Libertadores e, apesar de não conseguir atuar em todas as partidas, aos 37 anos sua liderança tem sido importante em um elenco recheado por garotos.

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Com relação aos jovens, Martinelli, Calegari, John Kennedy, André e Luiz Henrique se consolidaram nos profissionais, mesmo que só o primeiro seja titular absoluto. Gabriel Teixeira, Kayky, Matheus Martins e João Neto foram promovidos e vem sendo bastante elogiados. A venda continua sendo importante para as finanças, mas o Flu tem conseguido aproveitar também em campo suas joias.

Para esta temporada, vale lembrar que a diretoria acertou as contratações de Manoel, David Braz, Samuel Xavier, Wellington, Cazares, Abel Hernández e Raúl Bobadilla. A ideia é trazer outros nomes ainda. Veja a lista completa dos reforços da gestão Mário Bittencourt.

Fluminense x Ceará - Gabriel Teixeira e Fred

Fred e Biel são as duas gerações do Fluminense (Foto: Lucas Merçon/Fluminense FC)

SEDE DE TÍTULOS

O último título de expressão conquistado pelo Fluminense foi o Campeonato Brasileiro de 2012, quando o clube sagrou-se tetracampeão. Desde então, o clube até acrescentou a Primeira Liga em 2016, a Taça Guanabara em 2017 e duas conquistas da Taça Rio, em 2018 e 2020, ao currículo, mas ainda sonha em retomar o protagonismo no cenário nacional. A Libertadores e a Copa do Brasil são as maiores esperanças em 2021.


Um dos motivos para a confiança está no momento financeiro. O clube segue vivendo grave crise, é verdade, mas está com os salários em dia e conseguiu ampliar o investimento para a atual temporada. Mesmo com a pandemia da Covid-19, o Fluminense conseguiu reduzir o prejuízo em 68,8% em relação à 2019, com déficit de R$ 2,9 milhões. A dívida total, porém subiu de R$ 718,866 milhões para R$ 768,835 milhões.

Fundado por Oscar Cox em 1902, o Fluminense surgiu do desejo de em disseminar a paixão pelo futebol no Rio de Janeiro. As cores, que inicialmente eram cinza e branco, foram substituídas dois anos depois pelo tradicional verde, branco e grená. O clube tricolor foi responsável por construir o primeiro estádio de cimento da América Latina, o Estádio de Laranjeiras, sede do Campeonato Sul-Americano de Seleções (atual Copa América) e dos Jogos Olímpicos Latino-Americanos (atualmente Jogos Pan-Americanos). Além disso, foi palco do primeiro título relevante da Seleção Brasileira.

Desde Cox, o Flu coleciona uma lista extensa de ídolos na história. Preguinho, autor do primeiro gol da Seleção Brasileira em Copas do Mundo, Castilho, Fred, Assis, Rivellino, Telê Santana, Romerito, Waldo, Darío Conca, Washington, Didi, Carlos Alberto Torres, Gerson, Pinheiro, Gum, Branco, Ézio, Renato Gaúcho, Deco entre outros, já fizeram a alegria da torcida nesses 119 anos.


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