O futebol de 2023 está chegando ao fim e o Mundial de Clubes na Arábia Saudita (12 a 22 de dezembro) é a última parada antes da virada do ano. O Manchester City surge como favorito a erguer mais uma taça, após a memorável conquista da Tríplice Coroa, mas Fluminense e outros times vão tentar encerrar uma longa sequência de títulos que ficaram com equipes europeias.

A primeira pergunta a ser feita é se o campeão da Libertadores terá condições de derrotar os poderosos ‘Citizens’ em uma eventual final, no momento em que o time inglês precisa voltar a brilhar após suas recentes atuações discretas no Campeonato Inglês.

Mas antes de pensar na grande decisão é preciso tomar muito cuidado com a semifinal, que já foi um pesadelo para alguns times brasileiros.

Em 2010, o Internacional foi eliminado pelo Mazembe, da República Democrática do Congo (2-0). Em 2013, foi a vez do Atlético-MG de Ronaldinho Gaúcho perder para o marroquino Raja CasaBlanca (3-1). Mais recentemente, em 2020, o Palmeiras de Abel Ferreira foi derrotado nas semifinais pelo mexicano Tigres (1-0). E no Mundial de Clubes de 2022, o Flamengo teve seu sonho frustrado pelo saudita Al-Hilal (3-2).

Outros times sul-americanos que perderam nas semifinais foram o colombiano Atlético Nacional, em 2016 (sofreu uma dura derrota de 3 a 0 para o Kashima Anlters) e o argentino River Plate, em 2018, que decepcionou ao perder nos pênaltis para o Al Ain.

O último time não europeu a conquistar o Mundial de Clubes foi o Corinthians, em 2012, que venceu o Chelsea na final por 1 a 0.

As cartas estão na mesa e agora cabe aos seis campeões de outras confederações internacionais, além do campeão saudita Al-Ittihad, do técnico argentino Marcelo Gallardo, a dura missão de acabar com essa sequência, na 20ª edição do torneio.

O Real Madrid foi o último campeão do Mundial de Clubes, disputado em fevereiro deste ano devido à realização da Copa do Mundo do Catar em novembro e dezembro de 2022.

– ‘Fechar o ciclo’ –

Os ‘Citizens’ são os grandes favoritos à conquista daquele que seria o seu quinto título este ano, depois da Liga dos Campeões, da Premier League, da Copa da Inglaterra e da Supercopa Europeia.

O leque de astros que o técnico Pep Guardiola tem em suas mãos, com o artilheiro Erling Haaland no comando, faz do campeão europeu o adversário a ser batido. Embora o atacabte norueguês tenha ficado de fora do último jogo da sua equipe devido a uma “reação ao estresse ósseo” que, em princípio, não deveria ser um impedimento à sua presença na Arábia.

“Este torneio é muito importante, muito prestigioso”, disse Guardiola em entrevista à Fifa.

“Não é fácil se classificar, nem conquistá-lo. Só precisamos de um título para fechar o ciclo e conquistar todos os títulos. Iremos para lá e nos prepararemos porque para nós é um sonho”, acrescentou o técnico catalão, vencedor do torneio em três ocasiões, duas pelo Barcelona e outra pelo Bayern de Munique.

Os ingleses iniciam a jornada nas semifinais no dia 19 de dezembro, na mesma fase e um dia depois do Fluminense.

O City já sabe que enfrentará o mexicano León ou o japonês Urawa Red Diamonds, vencedor da Liga dos Campeões da Ásia.

Já os cariocas aguarda um adversário que sairá do duelo das quartas de final entre o campeão africano, o egípcio Al-Alhy, e o vencedor da partida anterior entre Al-Ittihad e o neozelandês Auckland City, campeão da Oceania.

– Flu de Diniz e Marcelo mira o topo do mundo –

Além do objetivo de dar mais uma alegria à torcida tricolor, o técnico Fernando Diniz busca se consolidar no cenário internacional.

Apesar da épica conquista da Libertadores em novembro, seu desempenho no comando da Seleção Brasileira tem sido alvo de críticas. O Brasil é apenas o sexto colocado das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026 após três derrotas seguidas, para Uruguai, Colômbia e Argentina.

Outro destaque do Fluminense é o veterano lateral-esquerdo Marcelo, que já venceu o Mundial de Clubes quatro vezes (2014, 2016, 2017 e 2018), com a camisa do Real Madrid, uma a menos que seu ex-companheiro de equipe ‘merengue’ Karim Benzema, agora jogando no Al-Ittihad.

Esta deverá ser a última edição com o formato de sete equipes. Em 2025, os Estados Unidos sediarão uma Copa do Mundo de Clubes ampliada para 32 participantes, dando início a um torneio quadrienal.

Até agora, a Arábia Saudita nunca havia recebido esta competição, cuja organização se insere no desejo do reino do Golfo de diversificar suas estruturas econômicas e oferecer ao mundo uma imagem de abertura e desenvolvimento.

Jidá, que já sediou a Supercopa da Espanha, um Grande Prémio de Fórmula 1 e a luta valendo o título mundial de boxe dos pesos pesados, será palco de sete jogos distribuídos por dois estádios (King Abdullah Sports City e Prince Abdullah Sports City Al-Faisal) para definir o novo campeão mundial no deserto da Arábia.

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