O Fluminense conseguiu adiar a definição do campeão carioca de 2020. Nesta quarta-feira, em uma atuação marcada pela garra e aplicação tática diante do favoritismo do rival, derrotou o Flamengo na disputa de pênaltis por 3 a 2, após empate por 1 a 1, no Maracanã, para vencer a Taça Rio.

O goleiro Muriel foi o principal herói da conquista ao defender as cobranças de pênalti de Willian Arão e Rafinha, que executou a última cobrança da disputa decisiva, e ainda viu Léo Pereira chutar outra para fora. Assim, ofuscou até Diego Alves, que defendeu as cobranças de Dodi e Michel Araujo. Na disputa, Nenê, Hudson e Fernando Pacheco converteram para o Fluminense, enquanto só Gabriel, Pedro acertaram cobranças para o Flamengo

Agora, então, a definição do campeão estadual se dará em mais dois jogos contra o Flamengo, pois o time rubro-negro faturou a Taça Guanabara. As partidas vão ser disputadas nos dois próximos domingos.

No tempo regulamentar, a forte marcação e a luta do Fluminense praticamente pararam o ataque do Flamengo, que teve atuação irregular. Foi superior no primeiro tempo, quando Gilberto abriu o placar em cabeceio. Mas não resistiu na etapa final, especialmente após os 30 minutos, quando foi encurralado, e viu Pedro, formado pelo clube das Laranjeiras, igualar o placar. E o time rubro-negro esteve perto, inclusive, de garantir o título antes da disputa de pênaltis, em oportunidades com Bruno Henrique.

O clima da conquista foi, porém, bem diferente ao de qualquer título recente do Fluminense. Afinal, o Fla-Flu, sempre um clássico marcante, foi disputado com o Maracanã vazio, em função das medidas restritivas para evitar a propagação do coronavírus. E com polêmicas extracampo que deixaram a disputa em segundo plano nos últimos dias.

O suspense envolvendo a decisão da Taça Rio começou bem antes do apito inicial. Afinal, o Fluminense teria o direito de transmitir o jogo, por ser o mandante e após receber o aval da Rede Globo. Mas o Flamengo chegou a obter decisão do TJD-RJ que também o permitiria exibir a final, algo que foi revertido apenas momentos antes do clássico pelo STJD.

O JOGO – O Flamengo iniciou a decisão com a sua força máxima, enquanto o Fluminense teve algumas novidades na sua escalação, embora o técnico Odair Hellmann tenha mantido a formação com três volantes. Mas com Fred ausente, lesionado, apostou nos jovens Marcos Paulo e Evanilson compondo o ataque com Nenê.

No primeiro tempo, o Fluminense conseguiu travar o Flamengo, que finalizou pela primeira vez apenas aos 28 minutos, em um chute da intermediária de Arrascaeta. Até então, o time rubro-negro tinha atuação fraca, tendo a posse de bola, mas sem conseguir encontrar espaços e acelerar o jogo para criar chances de gol.

O Fluminense, por sua vez, tinha como maior preocupação parar o Flamengo. E, com êxito, se arriscava aos poucos no campo de ataque. E teve a principal chance de gol aos 23 minutos. No lance, Nenê cobrou falta da intermediária na área, Filipe Luís cabeceou nas costas de Gerson, com a bola sobrando para Gilberto, que testou para difícil defesa de Diego Alves.

O lateral-direito perdeu uma chance na jogada aérea, mas não a segunda. Aos 37 minutos, Egídio cruzou da esquerda na área, Marcos Paulo cabeceou para o alto, Gilberto subiu trombando com Léo Pereira e cabeceia forte para o fundo das redes: 1 a 0 para o Fluminense, que levou a vantagem ao intervalo, sendo que pouco antes do seu gol havia perdido boa oportunidade com Yago.

Depois da atuação apática do primeiro tempo, o Flamengo melhorou de rendimento no começo da etapa final. E buscava sufocar o Fluminense especialmente quando conseguia retomar a posse de bola no campo de ataque. Teve, então, sua primeira boa chance em um cabeceio de Bruno Henrique, defendido por Muriel.

A forte marcação do Fluminense, porém, impedia que o Flamengo tivesse muito volume de jogo, um cenário alterado por uma bela trama, aos 19, quando Filipe Luís avançou até a linha de fundo e cruzou para Gerson cabecear com perigo, mas para fora. O time rubro-negro apostava nas jogadas pelas laterais. E foi assim que conseguiu o empate, aos 32, após cruzamento de Filipe Luís, sendo marcado por Pedro, de cabeça.

Superior tecnicamente e com bem mais fôlego, o Flamengo buscou a virada e a conquista nos minutos finais. E teve duas grandes chances. Aos 39 minutos, com um chute fraco de Bruno Henrique. Mas, principalmente, aos 40, quando após linda jogada de Michael, a bola cabeceada pelo atacante só não entrou porque Hudson fez corte em cima da linha.

A definição, então, ficou para os pênaltis. E aí Muriel brilhou com duas defesas, além de ter visto Léo Pereira chutar uma cobrança para fora. Com Nenê, Hudson e Fernando Pacheco convertendo suas cobranças, o Fluminense faturou a Taça Rio. E agora reencontrará seu rival em dois domingos para tentar, de fato, interromper a hegemonia do rival no futebol do Rio.

FICHA TÉCNICA

FLUMINENSE 1 x 1 FLAMENGO (3×2 nos pênaltis)

FLUMINENSE – Muriel; Gilberto (Michel Araújo), Matheus Ferraz, Nino e Egídio; Dodi, Hudson e Yago (Yuri Lima); Nenê, Marcos Paulo (Caio Paulista) e Evanilson (Fernando Pacheco). Técnico: Odair Hellmann.

FLAMENGO – Diego Alves, Rafinha, Rodrigo Caio, Léo Pereira e Filipe Luís; Willian Arão, Gerson (Diego), Everton Ribeiro (Michael) e Arrascaeta (Pedro); Bruno Henrique (Vitinho) e Gabriel. Técnico: Jorge Jesus.

GOLS – Gilberto, aos 37 minutos do primeiro tempo. Pedro, aos 32 minutos do segundo tempo.

ÁRBITRO – Bruno Arleu de Araújo.

CARTÕES AMARELOS – Nenê, Gilberto (Fluminense); Léo Pereira, Filipe Luís e Rafinha (Flamengo).

RENDA E PÚBLICO – Portões fechados.

LOCAL – Maracanã, no Rio.