Floyd salvou a América e a democracia
Quando Donald Trump substitui a arrogância e a insensibilidade pelo cálculo político, e trocou a ameaça de por o Exército nas ruas pela ordem executiva de revisão dos protocolos das forças de segurança do país na abordagem dos negros, abriu o flanco e construiu o caminho da derrocada. Surdo a mensagem da cena social na qual negros e brancos, políticos, artistas, esportistas e os próprios policiais, em plena pandemia, ajoelhavam em praça pública nos Estados Unidos e do mundo, em defesa dos direitos humanos e da indignidade do racismo e discriminação contra os negros, não pode entender que Floyd se transformara num mártir.
Escolhendo o discurso e ação de força, banalizando as manifestações como ação de vândalos e caracterizando sua justa reivindicação como quebra da ordem, ficou sozinho. Viu seus generais baterem em retirada, disseminou a desconfiança da força do seu discurso no seu eleitorado, e deu a senha e a motivação para que os negros e os brancos tomassem conhecimento da sua fraqueza, e se organizassem para acorrerem às urnas em números jamais vistos. Estimulado pelo cálculo catastrófico de Trump e sabedor que o voto negro funcionaria como pêndulo decisivo, Biden, não titubeou um minuto. Reconheceu e denunciou o racismo estrutural e a violência policial contra os negros, participou e se solidarizou com as reivindicações das ruas, incluiu ao programa de governo a integração e empoderamento de negros, e escolheu como vice-presidente, Kamala Harris, uma mulher negra, ex-senadora.
Biden não titubeou um minuto. Acertou! Reconheceu e denunciou o racismo estrutural e a violência policial contra os negros
No velório de Floyd reconheceu que a tragédia do racismo ardia na alma dos americanos e pactuou com ele seu compromisso com a luta pela justiça racial. Os negros responderam em peso, e, nos estados decisivos reagiram com uma avalanche de votos que asseguraram a vitória democrata. Estava salva a democracia. Negros e brancos mandaram Trump de volta para casa. Vai ser dificílimo retornar a normalidade democrática e ao equilíbrio das forças políticas cindidas no pleito civilizatório. Da mesma forma, vai ser dificílimo para Biden cumprir as promessas de entregar aos negros uma sociedade de iguais sem distinção de raça ou cor da pele, onde até o reverendo Martin Luther King e o presidente negro Barack Obama ficaram pelo caminho. Mas como demonstrou George Floyd com sua vida e sua morte: difícil sim, impossível nunca. Ele mesmo com sua morte acabara de salvar a democracia e a América. Fiquemos com as palavras inspiradoras da vice-presidente Kamala Harris: “sonhe com ambição, lidere com convicção e veja onde os outros podem não ver você, simplesmente porque eles nunca viram antes”.
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