Flotilha com Greta e Ávila é alvo de ataque na Tunísia

TÚNIS, 9 SET (ANSA) – A flotilha organizada pela sociedade civil para levar ajuda humanitária à população da Faixa de Gaza, que inclui a ativista sueca Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila, denunciou nesta terça-feira (9) um ataque contra sua principal embarcação na costa da Tunísia.   

Segundo a Flotilha Global Sumid (GSF, na sigla em inglês), o barco “Family”, de bandeira portuguesa, foi atingido por um artefato lançado por um drone nos arredores da cidade tunisiana de Sidi Bou Said. O ataque provocou um incêndio a bordo, que foi rapidamente contido pela tripulação.   

A embarcação transportava membros do comitê diretivo da GSF, incluindo Greta, que já foi presa e deportada por Israel em uma tentativa anterior de levar ajuda humanitária para a Faixa de Gaza por via marítima. Todos os seis tripulantes e passageiros estão em segurança.   

A Guarda Nacional da Tunísia afirmou não ter detectado nenhum drone na área e alegou que o incidente foi causado por um incêndio em coletes salva-vidas, mas vídeos divulgados pela flotilha mostram claramente um artefato caindo do céu sobre o barco.   

“Atos de agressão voltados a intimidar e atrapalhar nossa missão não irão nos deter. Nossa missão pacífica para quebrar o cerco a Gaza e levar solidariedade a seu povo continuará com determinação”, disse a GSF em uma nota.   

O comboio que reúne representantes de 44 países pretende zarpar da Tunísia nesta quarta-feira (10) para se juntar a outros barcos com destino a Gaza. O objetivo é furar o bloqueio imposto por Israel ao enclave palestino, onde a fome disseminada ameaça 100% da população.   

Enquanto isso, membros da flotilha se reuniram em Túnis com a relatora especial da ONU para os territórios palestinos ocupados, Francesca Albanese, que cogitou a hipótese de participação israelense no ataque.   

“Não sabemos quem realizou o ataque, mas não ficaríamos surpresos se tivesse sido Israel. Caso isso se confirme, trata-se de um ataque à soberania tunisiana”, salientou a italiana, que é alvo de sanções dos Estados Unidos por conta de suas denúncias contra o governo do país judeu. (ANSA).