Flórida ordena saída de 1,5 milhão de moradores antes da passagem de furacão

Flórida ordena saída de 1,5 milhão de moradores antes da passagem de furacão

O governo do estado da Flórida anunciou que 1,5 milhão de habitantes receberam uma ordem de abandonar suas casas na região costeira para escapar do furacão Matthew, que provocou 27 mortes no Caribe.

“Estamos particularmente preocupados com Palm Beach (sudeste da Flórida). Esta é a primeira área que será atingida e isto acontecerá nas próximas horas. Não resta muito tempo”, advertiu o governador Rick Scott em uma entrevista coletiva.

A potência devastadora do Matthew afeta nesta quinta-feira as Bahamas, depois de deixar 23 mortos no Haiti, quatro na República Dominicana e ter provocado grandes danos em Cuba.

“Resta pouco tempo”, disse o governador.

“Esperamos o melhor, mas nos preparamos para o pior”, completou, antes de anunciar que mobilizou 1.000 agentes adicionais da Guarda Nacional, o que aumenta a 2.500 o total de efetivos preparados para ajudar nas retiradas e na organização dos abrigos.

“Se você está em uma área de evacuação, saia. Não corra riscos. Não há desculpas, você precisa sair (…) A tempestade vai te matar, resta pouco tempo”, insistiu.

Milhares de pessoas já começaram a deixar a costa leste da Flórida, ante a previsão de chegada do furacão Matthew, com ventos de até 205 Km/h.

Os estados da Carolina do Sul e Geórgia também ordenaram a retirada de algumas áreas.

O governador da Flórida recordou que o furacão deve provocar um aumento do nível do mar de 1,5 metro.

Mas algumas pessoas desafiam as ordens, como é o caso de Judy Ruscino, de 74 anos, que pretende ficar com o marido na garagem de sua casa, na costa do estado.

“Assusta um pouco. Sei que vai ser feio, mas temos areia, compramos comida. A porta da garagem é à prova de tempestades”, disse.

A ordem de evacuação engloba quase todo o condado de St. Johns, que está na rota do furacão e abriga a cidade de St. Agustine, a mais antiga da Flórida, fundada em meados do século XVI.

A poucos quilômetros de distância, Jacksonville – a cidade de maior população da Flórida, com quase 900.000 habitantes – era cenário de um intenso movimento de compras em supermercados e já faltavam pilhas, lanternas e rádios sem fio. As estantes de pão, água e enlatados estavam praticamente vazias.

Duas clínicas que ficam em áreas próximas às praias na região de Jacksonville transferiram os pacientes para outros hospitais na quarta-feira.

A Flórida não é atingida por um furacão de grande potência desde Wilma, em 2005.