O famoso berço do renascimento italiano, Florença, se transformou na capital da moda masculina graças ao espetacular salão Pitti Uomo, que acontece nesta semana na cidade toscana.

Organizado poucos dias antes dos desfiles de Milão, que começam nesta sexta-feira, o evento é ponto de encontro entre compradores e vendedores, mas também vitrine para as grandes marcas, através de desfiles impressionantes.

“Pitti Uomo é o salão que marca o ritmo da moda masculina, aqui acontece tudo”, diz Stéphane Gaffino, fundadora da sofisticada marca The egoist, presente pelo quarto ano consecutivo.

“Nós desfilamos na Inglaterra, nos Estados Unidos… mas se há um salão onde você tem que estar presente, é o Pitti, porque tem muito impacto. (…) Todo o mundo da moda masculina está presente, há compradores dos Estados Unidos, Japão, Coreia… nos reunimos com grandes grupos que não conseguimos ver em outros lugares”, diz Gaffino.

A maioria dos desfiles acontece na Fortezza da Basso, uma fortaleza do século XVI que recebe por quatro dias mais de 30.000 visitantes, incluindo 19.000 compradores. Quase metade deles são estrangeiros ou expositores.

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Roupas, jaquetas, acessórios. O salão oferece tudo o que é necessário para vestir o homem da cabeça aos pés, seja com um estilo clássico ou esportivo.

O ambiente, apesar de ser de negócios, é festivo, com pequenos bares e restaurantes.

Elegantes homens esperam ser fotografados. Muitos são estilistas, criadores de marcas pequenas e influenciadores que cobrem o evento.

– “Inovação” –

Desde sua criação, o salão Pitti Uomo, que foi relançado com a nova marca Pitti Immagine e uma nova estratégia 30 anos depois, tem um crescimento constante.

“Em 1989 eram 400 expositores, hoje chegamos a 1.220”, diz o diretor, Raffaello Napoleone.

Para participar há uma lista de espera de 350 a 500 nomes, segundo o diretor.

Em paralelo com os desfiles, o Pitti “trabalha muito com a parte cultural da moda, a pesquisa, a inovação: para ser realmente forte e possível, sempre tem que se renovar”, diz.

O evento acontece nos locais mais bonitos de Florença e arredores. Em meio a ciprestes e limoeiros, em uma típica vila, aconteceu na noite dessa quarta-feira o desfile da marca francesa Givenchy, primeiro desfile masculino da estilista Clare Waight Keller, diretora artística da marca desde março de 2017.

Florença é hoje a grande capital internacional da moda masculina, uma tradição, já que no passado foi também a capital de toda a moda italiana, a cidade onde foram organizados os primeiros desfiles em 1951, graças à ideia visionária do empresário Giovanni Battista Giorgini.


Armani, Ferragamo, Prada, Karl Lagerfeld, Carine Roitfeld, Marco de Vincenzo, MSGM e Dirk Bikkembergs, além de outras figuras da moda e do luxo, além do artista americano Sterling Ruby, estão entre os protagonistas do evento, com instalações e desfiles.

Um dos momentos mais importantes será sem dúvida o espetáculo marcado para quinta-feira à noite pela rainha da moda Carine Roitfeld, que promete ser o maior desfile multimarcas que já aconteceu em todo o mundo.

“Karl Lagerfeld dizia sempre que devemos fazer o que nunca foi feito”, disse Roitfeld, ex-editora da Vogue Paris e amiga do estilista, que faleceu em fevereiro.

O espetáculo, que vai terminar com um show de Lenny Kravitz, vai prestar homenagem à década de 1990 com “supermodelos” da época desfilando ao entardecer diante de 5.000 pessoas em uma praça com vista para o rio Arno.

Telas gigantes vão transmitir o evento em vários pontos da cidade.

A partir de sexta-feira à noite, Milão será a protagonista ao abrir os desfiles com a passarela da marca italiana Ermenegildo Zegna.

Até segunda-feira à noite, a capital da Lombardia programou mais de 25 desfiles para a primavera-verão de 2020, incluindo marcas como Dolce & Gabbana, Versace, Fendi e Armani.


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