A deputada federal Flordelis dos Santos de Souza (PSD-RJ) disse ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, nesta quinta-feira (13), que seu marido, o pastor Anderson do Carmo, ficava com 60% do seu salário como parlamentar, e que o dinheiro serviria para manter a igreja onde os dois eram pastores. As informações são do site Congresso em Foco.

A deputada indiciada como acusada pela morte do marido compareceu ao Conselho de Ética para defender seu mandato como parlamentar, e negou ter ordenado o homicídio de Anderson.

De acordo com a deputada, o apelido de Anderson era “514”, por atuar no Congresso como os outros 513 deputados, porém sem mandato. Segundo Flordelis, ele atendia prefeitos que procuravam seu gabinete e tinha até um crachá de livre circulação pelo Plenário da Câmara, que teria sido dado pelo presidente da Casa.

Segundo a reportagem, a parlamentar não citou nomes, porém apenas o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) poderia ter emitido tal ordem.

Flordelis também negou que planejava se separar do marido, como indicavam mensagens de seu celular, e que um de seus filhos adotivos estaria mentindo ao dizer que ela tentou convencê-lo a assumir o crime.

De acordo com a deputada, o fato da morte do seu marido ter se tornado um evento público, não lhe permitiu “viver o luto” de sua perda. “Sequer pude ter a oportunidade de chorar a perda de alguém muito importante na minha vida”, disse Flordelis.

Entenda o caso

No início deste mês, a juíza do Terceiro Tribunal do Júri de Niterói Nearis dos Santos Carvalho Arce decidiu que a deputada e mais nove acusados pela morte do pastor vão enfrentar o júri popular.

Denunciada pela morte do pastor Anderson do Carmo em junho de 2019, a parlamentar responde por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emprego de meio cruel e de recurso que impossibilitou a defesa da vítima), tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada.

Em razão da imunidade parlamentar, Flordelis, que só pode ser presa em flagrante por crime inafiançável, cumpre medidas cautelares, sendo monitorada por tornozeleira eletrônica.

* Com informações da Agência Brasil.