22/08/2019 - 15:28
A medida vai a sanção do presidente Jair Bolsonaro e permite ao proprietário ou gerente de uma fazenda andar armado em toda a área da propriedade e não apenas na sede. O projeto foi aprovado por 320 votos a 61.
Para o presidente da Sociedade Rural Brasileira, Marcelo Vieira, a medida é “paliativa”. “A flexibilização de armas de fogo deve ser encarada como uma medida paliativa da falta de segurança no campo – hoje o principal problema do agronegócio brasileiro, influenciando no custo da produção e na perda de competitividade dos produtores. O debate precisa ser mais aprofundado, passando pela ampliação e aperfeiçoamento das patrulhas rurais”, disse Vieira.
O presidente da Sociedade Rural ainda completa: “Equipar as polícias com recursos de inteligência e apoio logístico será importante para atacar a raiz do problema: os focos de comércio de produtos roubados ou furtados no campo. É preciso que os Estados fortaleçam suas unidades especializadas de prevenção para ter condições de ficar um passo à frente das quadrilhas, cada vez mais estruturas e bem equipadas.”
“A paz no campo se faz necessária. Não sou apologista do uso de armas, mas a vastidão das terras e o isolamento do produtor rural pedem algum tipo de proteção. Se a sociedade está refém do banditismo nas cidades, a situação no campo é ainda muito pior. A aprovação é o mínimo de possibilidade de dar segurança ao produtor rural”, cometa o dirigente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de São Paulo (Aprosoja-SP), Gustavo Ribeiro Rocha Chavaglia.. “Claro, precisamos mais do que armas, precisamos de políticas públicas e inteligência, mas a aprovação da posse de armas nos traz alguma possibilidade de defesa e de intimidação contra quem estiver mal intencionado”, finaliza.