Flávio critica ‘PF de Lula’ após decisão de monitoramento policial de Bolsonaro

Senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ)
Senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) Foto: Andressa Anholete/Agência Senado

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) criticou a Polícia Federal (PF) na manhã deste sábado, 30, por meio de publicação no X (antigo Twitter). Sem citar o ofício do órgão, o filho ’01’ do ex-presidente disse que existe um ‘grupo especial de Lula’ na PF

+ Moraes amplia monitoramento policial externo da residência de Bolsonaro

No tweet, Flávio Bolsonaro compartilhou um vídeo da prisão de dois indivíduos envolvidos em um assalto que teve como vítimas seus avós e sua mãe, em Resende, no Rio de Janeiro. Acompanhando o vídeo, o senador elogiou a ação da Polícia Civil do Rio de Janeiro, afirmando que, diferentemente de um suposto “grupo especial de Lula na PF”, a polícia fluminense “vai atrás de bandido de verdade”.

Mais cedo, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que seja feito um monitoramento presencial na área externa da casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que cumpre prisão domiciliar e utiliza tornozeleira eletrônica.

monitoramento de Bolsonaro será feito pela Polícia Penal do Distrito Federal, conforme decisão de Moraes deste sábado, 30.

Na decisão, Moraes também determina vistorias obrigatórias nos veículos que saírem da residência de Bolsonaro, incluindo habitáculos e porta-malas. No caso do monitoramento presencial da área externa da casa, será feito especialmente nos pontos cegos causados pelos imóveis contíguos.

“Havendo, em tese, intenção de fuga, necessário o acompanhamento in loco e em tempo integral das atividades do custodiado, e do fluxo de veículos na residência e de vizinhos próximos, únicas medidas hábeis a minimizar, de forma razoavelmente satisfatória, tais riscos”, diz ofício da Polícia Federal citado na decisão de Moraes.

O ministro diz, na decisão, que o monitoramento é em virtude da ‘maior exposição ao risco referido pela autoridade policial’, como destacado pela Procuradoria Geral da República, por conta dos ‘imóveis contíguos nas duas laterais e nos fundos, o que causa a existência de pontos cegos’ – ponto que foi já citado pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal.

Segundo o magistrado, são necessárias medidas que ‘conciliem a privacidade dos demais residentes do local’, mas que a prisão domiciliar não deixa de ser uma ‘espécie de restrição à liberdade individual, não perdendo as características de restrição parcial da privacidade e intimidade do custodiado, sob pena de sua total inutilidade’.

Bolsonaro completará um mês de prisão domiciliar

ex-presidente está em prisão domiciliar desde o dia 4 de agosto, por determinação também do ministro Alexandre de Moraes, após Bolsonaro descumprir medidas cautelares que proibiam, por exemplo, o uso de redes sociais mesmo por meio de terceiros.

Desde então, Bolsonaro está com tornozeleira eletrônica, proibido de sair de casa, de usar telefone celular, redes sociais, e de receber visitas, exceto de advogados e das pessoas que moram com ele ou de exceções previamente expressas.

A medida tem caráter indeterminado, ou seja, não foi fixado prazo específico.

Bolsonaro é réu na Ação Penal 2.668, aberta em abril de 2025, que investiga tentativa de golpe de Estado e outros crimes graves, com pena que pode chegar a 43 anos.

O caso será julgado pela Primeira Turma do STF, entre os dias 2 e 12 de setembro de 2025, com sessões extraordinárias nas seguintes datas:

  • 2/9 (terça): manhã e tarde
  • 3/9 (quarta): manhã
  • 9/9 (terça): manhã e tarde
  • 10/9 (quarta): manhã
  • 12/9 (sexta): manhã e tarde

O julgamento de Bolsonaro e o desfecho dessa ação penal devem contar com agilidade da suprema corte e do judiciário dado que o objetivo é que o caso não se estenda até 2026, ano eleitoral.