BRASILIA, 25 JUL (ANSA) – O senador Flávio Bolsonaro apelou na última quinta-feira (24) para o governo da Itália apoiar a deputada Carla Zambelli, que fugiu do Brasil para o país europeu após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal a 10 anos de prisão por hackear o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O pedido foi feito pelo filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro, o chamado “01”, em entrevista ao portal de notícias “Metrópoles”.
Para o parlamentar, Zambelli é uma “perseguida política” e tomou corretamente a decisão de deixar o território brasileiro para evitar a prisão.
“Eu não sei se a Carla vai estar nos ouvindo, mas, se ela estiver na Itália mesmo, quero pedir às autoridades italianas, publicamente, que abram as portas do governo para essa perseguida política, porque ela foi para lá por saber que não enfrentaria um processo justo e imparcial ? já está pré-condenada”, afirmou o senador.
Flávio destacou ainda que, “na cabeça dela, ela está indo para o matadouro” e, portanto, “foi decisão dela antecipar isso e buscar refúgio, asilo político, em um país onde ela também tem cidadania, já que é cidadã italiana”.
“Então, quero pedir à primeira-ministra, Giorgia Meloni, e ao vice-primeiro-ministro, Matteo Salvini, que amparem não só a Carla, mas qualquer outro perseguido político do Brasil que esteja aí na Itália”, declarou.
O filho de Bolsonaro enfatizou que fala “também como cidadão italiano”, porque também é: “Minha família, Bolsonaro, é de origem italiana”. Um bisavô paterno de Bolsonaro era de Anguillara Veneta, município do norte da Itália, enquanto seus avós maternos eram de Lucca, na Toscana.
Na entrevista, Flávio também contou que Zambelli não mantém contato com aliados no Brasil desde que fugiu para a Itália.
“Ninguém tem falado com ela [Zambelli]. Eu falo para ela ficar firme, porque, em algum momento, vamos conseguir retomar a normalidade aqui no Brasil”, acrescentou.
O parlamentar afirmou que “vai chegar um momento em que não só Carla Zambelli, como Eduardo Bolsonaro, o presidente Bolsonaro, jornalistas e até empresários que tiraram todo o seu patrimônio do Brasil por medo do que o Alexandre de Moraes possa fazer, todos poderão voltar”. “Que tenhamos segurança jurídica e normalidade no país”.
Por fim, o senador avaliou que a fuga de Zambelli para a Itália não foi o que incentivou a adoção de medidas cautelares contra Bolsonaro determinadas por Moraes. Além do uso de tornozeleira eletrônica, o ex-mandatário está proibido de manter contato com o filho Eduardo e de conceder entrevistas.
“Eu acho que é um processo já fabricado. As provas são inventadas para condenar o Bolsonaro independentemente da Carla Zambelli”, concluiu. (ANSA).