Por meio de uma publicação no Twitter nesta quarta-feira (18), Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente, tentou justificar os gastos do mandatário com o cartão corporativo. O senador defendeu Jair Bolsonaro (PL) depois de ele ter recebido críticas pelos valores de R$ 8,8 milhões, usados entre os meses de janeiro e maio deste ano.

“Bolsonaro usa cartão corporativo para, principalmente, garantir a sua segurança. Um ex-militante do PSol tentou assassiná-lo, o que eleva seu grau de risco de morte pois a chance de ele ser vítima novamente do ódio da esquerda é grande”, escreveu Flávio Bolsonaro em referência ao atentado que o presidente sofre em Juiz de Fora (MG), durante a sua campanha de 2018.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

No entanto, essa não foi a primeira vez que Jair Bolsonaro recebeu críticas pelos seus gastos com o cartão corporativo.

Um levantamento feito pelo O Globo, em fevereiro deste ano, mostrou que, durante três anos de governo, os gastos com o cartão corporativo do presidente ultrapassaram os gastos de quatro anos da gestão anterior, divida em Dilma Rousseff e Michel Temer.

Os dados apontam que Bolsonaro gastou R$ 29,6 milhões com cartões corporativos, 18,8% mais do que os R$ 24,9 milhões consumidos ao longo dos quatro anos de Dilma e Temer. Em 2021 apenas, as despesas de Bolsonaro chegaram a R$ 11,8 milhões, o maior valor dos últimos sete anos.

Em janeiro, as compras dos cartões exclusivos da família do presidente acumularam gastos que chegam à R$ 1,5 milhão. Esse valor é o mais alto, para um único mês, em todo o período do governo Bolsonaro até agora.

Segundo a reportagem do O Globo, os números, corrigidos pela inflação, estão relacionados aos 29 cartões corporativos vinculados à Secretaria de Administração da Presidência da República, todos de responsabilidade do presidente, familiares e auxiliares próximos.

As informações de como foram gastos os valores são mantidas em sigilo pelo Governo.

No dia 31 de fevereiro, durante um discurso para gestores da Petrobras, Bolsonaro comentou o assunto.

“O meu cartão, que eu posso sacar até R$ 25 mil por mês e tomar em tubaína com coca-cola, nunca tirei um centavo”, afirmou. O presidente também disse que os filhos, o senador Flávio (PL-RJ) e o deputado federal Eduardo (PSL-SP), não possuem cartão corporativo da Presidência.

“Nenhum filho meu tem cartão corporativo. Tenho três, dois são para viagens, abastecimento de aeronaves, comprar comida para 50 emas”, disse. “As acusações são as mais absurdas possíveis porque estamos incomodando.”


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias