 "Carlos Moura/Agência Senado")
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) se reunirá com a bancada do PL na Câmara dos Deputados para tratar de sua pré-candidatura à Presidência da República. O encontro está marcado para ocorrer às 14h desta terça-feira, 9.
Anunciada na sexta-feira, 5, a empreitada do filho mais velho de Jair Bolsonaro (PL) para concorrer contra o presidente Lula (PT) nas eleições de 2026 foi posta em dúvida após o próprio Flávio dizer que havia um “preço” para que ele desistisse do pleito.
“Meu preço é justiça. Não é só justiça comigo, é justiça com quase 60 milhões de brasileiros que foram sequestrados, estão dentro de um cativeiro, nesse momento, junto com o presidente Jair Messias Bolsonaro. A única forma disso [desistência] acontecer é se Bolsonaro estiver livre, nas urnas”, declarou à TV Record.
Seu pai está inelegível e preso na superintendência da Polícia Federal, em Brasília, por tentar dar um golpe de Estado depois de perder as eleições de 2022. A família tem pressionado o Congresso Nacional a aprovar um PL (Projeto de Lei) que anistie o ex-presidente e devolva seus direitos políticos.
A articulação do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos por sanções do governo Donald Trump a autoridades e à economia brasileira tem esse objetivo, e o movimento de Flávio também passou a ser mencionado nesses termos.
Flávio empolga ala bolsonarista
Segundo o deputado Eros Biondini (PL-MG), um dos objetivos da reunião desta terça será esclarecer a ligação entre o lançamento de Flávio e a articulação pelo PL da Anistia. “Flávio tem total condição de articular nesta semana para que possamos votar a anistia. Queremos buscar aqueles que estão presos injustamente pelo 8 de janeiro na porta da cadeia antes do Natal”, disse à IstoÉ, acrescentando que o senador “reúne todas as qualidades” e tem apoio integral do partido para concorrer a presidente.
Júnio Amaral (PL-MG), por sua vez, afirmou que a ala da bancada considerada “bolsonarista raiz” está empolgada e a insatisfação quanto ao anúncio se restringe ao que chamou de “surfistas” na sigla. “Flávio tem mais chances de vitória do que Jair tinha em dezembro de 2017. Essa insatisfação do centrão é pela frustração de seus próprios planos”, disse o deputado à IstoÉ.
Maior partido da Câmara, o PL tem 86 deputados e nem todos integram a ala mencionada por Amaral, estritamente fiel ao ex-presidente. Parlamentares como Antônio Carlos Rodrigues (SP) são filiados desde antes do bolsonarismo, quando a sigla chegou teve José Alencar como vice de Lula, e não aderem a todas bandeiras do grupo. Neste setor, o apoio a Flávio não é automático.
Além do senador, foram lançados no campo de oposição ao petista como pré-candidatos ao Palácio do Planalto os governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, o líder do MBL Renan Santos (Missão), além das possibilidades de Ratinho Júnior (PSD), governador do Paraná, e Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo e tido como favorito do “centrão”.