O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho de Jair Bolsonaro (PL), afirmou que, se uma anistia “ampla, geral e irrestrita” aos condenados pelos atos criminosos de 8 de janeiro de 2023 — que deve incluir seu pai no pacote — não for aprovada no Congresso, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal) sofrerá um impeachment quando o bolsonarismo “tiver maioria” no Senado.

“Moraes tem duas opções: ou a gente aprova a anistia ampla, geral e irrestrita, e algum parlamentar faz uma emenda para incluir ele [ministro] nessa anistia, porque ele cometeu crimes, ou a gente da mesma forma vai aprovar a anistia e, quando tivermos maioria nesse Senado, vamos cassar o Alexandre de Moraes. Ele vai ser impedido pelos diversos crimes que vem cometendo“, disse Flávio nesta terça-feira, 19, no Senado.

O impeachment do magistrado é uma bandeira do bolsonarismo, que trabalha para conquistar dois terços do Senado (54 vagas) nas eleições de 2026, número de votos exigido para cassar o mandato de um ministro do Supremo.

+A ligação de Bolsonaro com o plano para matar Lula, Alckmin e Moraes, segundo a PF

+Seis pontos que explicam a Operação Contragolpe

As circunstâncias

Horas antes do pronunciamento, a Polícia Federal deflagrou a Operação Contragolpe, prendendo quatro militares do Exército e um policial federal preventivamente por suspeita de participar de uma tentativa de golpe de Estado em que o presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o próprio Moraes seriam executados em dezembro de 2022 e Bolsonaro seguiria no poder. A operação foi autorizada pelo ministro.

Mais cedo, Flávio se limitou a reagir ao mérito do que foi apurado pelos policiais, afirmando que “pensar em matar alguém não é crime”. No Senado, usou a Contragolpe para colar em Moraes a pecha de “perseguidor político”, descredibilizando a investigação para fazer campanha pela anistia, que tem caminho obstruído tanto no Judiciário quanto no Legislativo.