Cinco jogadores do São Paulo e o vice-presidente de futebol Harry Massis foram a Montevidéu para o velório de Juan Izquierdo, zagueiro do Nacional, que morreu após sofrer uma arritmia cardíaca na partida entre as equipes no MorumBis, pela Libertadores. Os são-paulinos se juntaram a milhares de pessoas em homenagem ao uruguaio que tinha 27 anos.

Em homenagem, bandeiras, fotos, flores e mensagens foram levadas até a sede do Nacional, onde ocorreu a cerimônia. A torcida do Nacional esteve presente com a banda que acompanha o time na arquibancada. Quem não compareceu foi o presidente da Conmebol Alejandro Domínguez, que viajou a Mônaco para o sorteio da Liga dos Campeões.

A cerimônia terminou pouco depois de 13h (horário de Brasília). O corpo de Izquierdo então foi levado até a cidade de Santa Lucía, no departamento de Canelones, localizada a uma hora da capital uruguaia.

O caixão com o corpo de Izquierdo chegou ao local do velório na manhã desta quinta-feira junto de uma bandeira do Nacional, levado pela Força Aérea do Uruguai. Antes de a cerimônia ser aberta, a família do jogador teve cerca de três horas para se despedir do atleta. Izquierdo deixou a mulher, Selena, e dois filhos, uma menina de dois anos e um menino recém-nascido, de menos de um mês de vida.

O presidente do Nacional, Alejandro Balbi, confirmou que a família do zagueiro vai continuar recebendo salários aos quais ele teria direito pelos próximos oito anos. Os valores serão pagos Associação Uruguaia de Futebol (AUF).”Está escrito no estatuto que tem a AUF. Uma parte importante do que se paga e recebe, neste caso a viúva e seus filhos, é pago pela AUF de acordo com o convênio e regulamento vigente”, disse Balbi em contato com a imprensa.

Balbi também agradeceu o apoio dado pelo elenco são-paulino. No velório, Rafinha, Calleri, Michael Araújo, Wellington Rato e Giuliano Galoppo estiveram presentes. “O que o plantel do São Paulo também fez por nós foi incrível, nos ajudaram de todas as formas. Rafinha abraçou a família do Juan com lágrimas nos olhos, como se eles se conhecessem há muito tempo. Escutar o Calleri e o Rafinha ligando para o diretor da agência de viagens do clube pedindo um avião para virem ao velório diz muito sobre como eles também foram afetados pelo que aconteceu”, disse o dirigente para a rádio uruguaia Sport890.

“Um momento difícil. Não temos palavras para dizer. Queríamos estar aqui porque vimos tudo que aconteceu no estádio e desejar força para a família. Sei que é duro, mas que tenham força. Fazemos o mínimo, como se fosse um de nós. Viemos para fazer o que gostaríamos que fizessem para nós. É como se fosse da nossa família”, afirmou Rafinha à emissora televisiva Telemundo, do Uruguai.

O Campeonato Uruguaio teve duas rodadas adiadas por causa da internação e da morte de Izquierdo. Ainda não há previsão de retomada. O primeiro adiamento foi ainda quando Izquierdo estava internado. Após a morte ser confirmada, houve novo cancelamento dos jogos.

Juan Izquierdo morreu na terça-feira, 27 de agosto, em decorrência de morte encefálica após uma parada cardiorrespiratória associada à arritmia cardíaca, conforme o boletim médico do Hospital Albert Einstein, onde ele ficou internado por três dias.