A Fitch reafirmou nesta quinta-feira, 31, o rating da China em A+, com perspectiva estável. Em comunicado, a agência diz que a avaliação sobre o país é apoiada por suas finanças externas “fortes” e pelo tamanho de sua economia, mas contida por riscos fiscais e de estabilidade macrofinanceira, bem como por alguns setores com endividamento elevado e uma renda per capita e governança inferiores aos de países com rating na faixa “A”.

Para a Fitch, uma desaceleração nominal e uma deterioração na perspectiva do setor imobiliário poderiam “exacerbar desafios” associados com uma economia muito alavancada. A agência lembra que cortou em junho sua projeção de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) da China neste ano, de 5,6% a 4,8%, e acrescenta que o enfraquecimento do setor imobiliário continuará a pesar na demanda doméstica, enquanto a demanda externa fraca também prejudica a atividade da indústria e, obviamente, as exportações.

A Fitch vê o apoio fiscal contido pela receita mais fraca dos governos locais, no quadro atual chinês. Ainda assim, ela espera que o crescimento de médio prazo da China siga “forte em comparação com os pares”, em quase 5% ao longo dos próximos cinco anos. A agência também menciona o risco de tensões geopolíticas, em quadro “desafiador” nas relações com os EUA. Para a Fitch, o desacoplamento entre as economias das potências deve ser gradual e as empresas globais ainda veem valor no mercado doméstico da China e em sua infraestrutura.