Os planos de gastos dos dois maiores partidos políticos do Reino Unido sugerem que o período de redução do déficit orçamentário acabou, avalia a agência de classificação de risco Fitch, acrescentando que já previa um afrouxamento fiscal quando reafirmou a nota soberana do país em AA em outubro, mas os riscos às suas projeções fiscais “se elevaram substancialmente”.

“Os anúncios” do atual ministro das Finanças, o conservador Sajid Javid, e do seu homólogo na oposição, John McDonnell, com planos de aumentar os investimentos públicos anuais em termos líquidos em 22 bilhões de libras e 55 bilhões de libras, respectivamente, “são consistentes com a nossa visão na revisão de rating do mês passado de que a ‘fadiga com austeridade’ e as preparações do Brexit devem reverter a trajetória de restrição de despesas desde 2010”, afirma a Fitch.

Para a agência, a eleição britânica de 12 de dezembro é “imprevisível” e poderia resultar em um governo de maioria comprometido com a saída do Reino Unido da União Europeia até o fim de janeiro, ou um parlamento “suspenso” ou uma coalizão e uma segunda consulta popular sobre a separação do bloco. “A futura direção do rating do Reino Unido também refletirá escolhas e desfechos da formulação de política econômica e fiscal.”

A Fitch pondera, contudo, que “nenhum partido abandonou o conceito de regras fiscais”. “Continuaremos avaliando o quanto as configurações de formulação de políticas podem reduzir o espaço fiscal do Reino Unido no seu atual nível de rating além da eleição como parte da nossa análise de notas soberanas, no contexto de resultados políticos domésticos e do Brexit.”


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