NOVA YORK, 9 AGO (ANSA) – A agência internacional de classificação de risco Fitch confirmou nesta sexta-feira (9) a nota BBB da Itália, mas com perspectiva negativa. Segundo comunicado da agência, a projeção negativa reflete “o alto nível da dívida pública”, o fraco crescimento e a “crescente incerteza”, ligados à atual dinâmica política do país. A Fitch espera que a Itália aumente o Produto Interno Bruto (PIB) em 0,1% neste ano, desacelerando em comparação com +0,9% em 2018. Já a estimativa de crescimento para 2020 é de 0,5%, enquanto que para 2021, por outro lado, espera-se que o PIB aumente 0,4%.
Em termos de dívida pública, a expectativa é de um aumento de 134,7% do PIB em 2021, ante 132,2% em 2018. Em fevereiro, a Fitch já havia mantido o rating da Itália em BBB com perspectiva negativa, o que evitou o rebaixamento das contas do país. Na ocasião, a agência apontou que as administrações públicas italianas mantêm altas dívidas externas e que o setor bancário continua fraco.
Hoje, a nota da agência sugere que a classificação atual já descartou a possibilidade de que o governo não perdure por todo o mandato, principalmente depois da crise agravada nos últimos dias entre os partidos que compõem a coalizão italiana, Liga e Movimento 5 Estrelas (M5S).
“Os desenvolvimentos políticos desta semana reforçam nossa avaliação feita anteriormente de que o governo não poderia ter cumprido um mandato completo com o crescente risco de eleições antecipadas a partir do segundo semestre deste ano”. Além disso, há “riscos negativos para as perspectivas orçamentárias se um futuro governo decidir se desvincular das regras do orçamento da União Europeia (UE) e estiver mais disposto a arriscar uma maior instabilidade nos mercados financeiros”.
No comunicado, a Fitch ainda explicou que se ocorrerem eleições antecipadas no país europeu “há potenciais vantagens moderadas para a sustentabilidade da dívida no médio prazo se o novo governo for mais estável e tiver um horizonte de planejamento mais amplo para facilitar algum ajuste orçamentário, bem como uma política econômica de “apoio”. para o crescimento”. (ANSA)