Fiscal da Receita é condenada a prisão por exigir picanhas como propina

Fiscal da Receita é condenada a prisão por exigir picanhas como propina

A auditora fiscal da Receita Federal em Guaíra, no Paraná, foi condenada a quatro anos e três meses de prisão, além da perda do cargo, por exigir dez caixas de picanha, com cerca de 14 kgs cada, como propina para acelerar o “desembaraço” aduaneiro de uma carga de 24 toneladas de carne que chegaram ao Porto de Sete Quedas. A auditora Lourdes Medeiros dos Santos foi denunciada pelo Ministério Público Federal do Paraná no âmbito da Operação Vulcano e a sentença foi proferida no último dia 13 de agosto pela Justiça Federal de Guaíra. O crime aconteceu no dia 6 de junho de 2007, no Porto de Sete Quedas, onde Lourdes trabalhava inspecionando cargas que chegavam ao local. Por meio de interceptações telefônicas, a PF constatou que fiscal exigia propinas para liberar cargas e intimidava o importador. Diante das ameaças da inspetora, o importador “disponibilizou” três caixas de picanha, mas a funcionária achou pouco e passou a pedir pelo menos “dez caixas de carne”. Afinal, as 24 toneladas desembarcadas no porto estavam distribuídas em 1.701 caixas, pesando 14 kgs cada uma. Considerando que um quilo de picanha custa R$ 40 no mercado, se o produto fosse revendido ela obteria R$ 1.680 se recebesse três caixas ou R$ 5.600 caso recebesse as dez caixas pedidas. A auditora foi presa antes do crime ser efetivado. A funcionária poderá apelar em liberdade.