O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (IPC-Fipe), Guilherme Moreira, projeta que o indicador deve voltar para o terreno positivo em setembro, com alta prevista de 0,26%. Em agosto, o IPC-Fipe registrou recuo de 0,20%, a terceira leitura mensal seguida com variação negativa na cidade de São Paulo.

Entre os vetores que devem pressionar o índice neste mês, Moreira destaca a tarifa de energia elétrica e os combustíveis.

“No caso da energia, é efeito da devolução dos descontos do bônus de Itaipu, que levaram a recuos nas leituras anteriores”, explica. “É importante lembrar que temos uma metodologia diferente de outros índices, como o IPCA, por exemplo, que já captou esse movimento em agosto; no IPC-Fipe, essa devolução vai aparecer em setembro”, acrescenta o coordenador.

Com isso, ele projeta que o grupo habitação deve sair da deflação de 0,20% em agosto para alta de 0,41% na próxima leitura mensal.

Em relação aos combustíveis, Moreira destaca que a pressão deve ocorrer pela continuidade dos efeitos dos reajustes da Petrobras, anunciados no dia 15 de agosto. De acordo com Moreira, o ponta da gasolina subiu de 3,03% para 5,08% na passagem da terceira para a quarta quadrissemana de agosto, o que sugere que o item deve seguir pressionando a inflação deste mês.

No cenário do economista, não deve haver mais variações negativas nas leituras mensais do IPC-Fipe até o final do ano. “Em alimentos, por exemplo, que seguem em queda, devemos começar a ter algumas pressões altistas, pela sazonalidade de fim de ano”, destaca. “Tradicionalmente, a partir de outubro muitos preços sobem, mas a pressão não deve ser nada além do normal”, emenda.

Por ora, a projeção de Moreira é de IPC em 5,0% ao final do ano, mas o economista não descarta uma revisão para baixo na projeção, a depender dos resultados do mês de setembro.