O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) desacelerou na passagem da primeira para a segunda quadrissemana de novembro, mas o alívio foi pontual e não altera o cenário de inflação mais pressionada no fim de 2020. A avaliação é do coordenador do levantamento na Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Guilherme Moreira.

“Ainda estou com previsão de IPC de 4,5% no ano, mas no acumulado do ano até novembro ele deve já bater 4,8% e, como dezembro é um mês de aceleração, estamos falando de um cenário cada vez mais provável de IPC acima de 5,0% no fechamento de 2020”, diz Moreira. “Esse número está cada vez mais consistente.”

O IPC desacelerou de 1,16% na primeira quadrissemana de novembro para 1,12% nesta leitura, acima da previsão de 1,10% da Fipe. Apesar do alívio, a leve surpresa para cima levou a instituição a elevar a projeção para o IPC de novembro de 0,82% para 0,88%.

Moreira afirma que o IPC mostra uma tendência de normalização da atividade econômica, com inflação em itens vinculados a serviços. O economista destaca a inflação de itens como viagem e excursão (24,75% para 25,90%), que exerceu a maior pressão sobre o índice na segunda quadrissemana de novembro e, na ponta, ainda acelera a 26,60%.

“Os serviços estão retomando, estão mostrando a vida voltando ao normal”, diz o economista. Ele ainda chama atenção para o comportamento de itens como refeição (1,0% para 1,03%), que sinalizam volta da alimentação fora do domicílio.

Na outra ponta, o grupo Alimentação desacelerou de 2,35% para 2,20%, mas ainda tem uma taxa alta, sustentada pela sazonalidade de alimentos in natura e frutas. A Fipe espera que o grupo chegue ao fim do mês com inflação de 1,81%. A passagem aérea (32,62% para 25,03%) dá sinais de normalização e já desacelera a 9,60% na ponta.

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