10/06/2016 - 13:22
Mesmo diante da desaceleração de 0,57% na quarta quadrissemana de maio para 0,40% na primeira de junho, a previsão para a leitura deste mês do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), foi revisada de 0,42% para 0,48%. De acordo com o professor André Chagas, que coordena o indicador que mede a inflação paulistana, a projeção foi revisada para cima por causa do comportamento do grupo Alimentação, cuja previsão para o mês fechado de junho saiu de deflação de 0,06% para alta de 0,32%.
Chagas destaca quatro itens que mais surpreenderam no grupo Alimentação: feijão, leite, alho e cebola. Na comparação com a primeira quadrissemana de maio, esses produtos subiram, respectivamente, 8,20%, 6,30%, 1,10% e 6,30%.
“São todos itens com bastante peso no índice, suficientes para reverter a previsão de queda do grupo alimentação no IPC”, afirmou o pesquisador. As altas estão relacionadas com movimentos de quebra de safra em feijão e leite, bem como problemas climáticos que afetaram os preços de alho e cebola.
Ainda assim, de acordo com Chagas, as outras classes de despesas estão apresentando comportamentos de preços mais brandos.
Não houve alteração nas previsões de junho para Habitação (0,98%) e Saúde (0,25%) entre a quarta leitura de maio e a primeira de junho. As projeções para três classes de despesas tiveram variação para baixo. O grupo Despesas Pessoais passou de 0,50% para 0,33%, com peso cada vez menor do recente reajuste de preços de cigarros. Vestuário passou de 0,43% para 0,34% e Educação saiu de 0,07% para 0,06%.
Além de Alimentação, somente o grupo Transportes teve revisão para cima no consolidado do mês, de 0,07% na semana passada para 0,10% nesta. A mudança ocorreu por causa da oscilação de preços de combustíveis, ainda que a tendência de preços baixos de etanol tenha permanecido.
Na primeira quadrissemana de junho, a relação de preços entre etanol e gasolina ficou em 64,94%, o que torna o combustível derivado da cana mais vantajoso para os consumidores. “Esta é uma tendência que vai permanecer nas próximas semanas e durar até setembro”, afirmou Chagas.