A aceleração do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) de 0,41% em maio para 0,81% em junho foi puxada por pressões disseminadas e indica inflação mais alta no ano, diz o coordenador do indicador, Guilherme Moreira. Após a divulgação, o economista elevou de 5,4% para 6,5% a previsão de IPC de 2021.

A energia elétrica foi a maior pressão para cima no mês, com alta de 3,71% e um impacto de 0,13 ponto porcentual no IPC fechado. Como resultado, o grupo Habitação acelerou de 0,59% para 1,27% e respondeu por 0,39 ponto porcentual da inflação medida pelo índice.

“Considerando a mudança da bandeira dois e mais o aumento da tarifa da Enel, que vão entrar na conta ao longo de julho e agosto, a energia deve ter um impacto de 0,5 ponto porcentual do IPC no ano”, diz Moreira. “Moral da história: a inflação deste ano já passou de 6%, essa inflação está dada.”

Moreira lembra que a deflação sazonal dos alimentos in natura (-5,08%) ainda é a principal fonte de pressão para baixo sobre o IPC, responsável por conter a taxa de Alimentação a 0,09% em junho. No entanto, outros subgrupos, como alimentos industrializados (1,51%) e semielaborados (1,31%) continuam em alta e podem pressionar o índice nos próximos meses.

Na divulgação de junho, o economista destaca como ponto positivo a desaceleração dos preços de combustíveis.

O etanol subiu 3,14% no mês, mas já tem deflação de 1,26% na ponta, que indica tendência. Nesta base, a gasolina recua 0,31%, contra alta de 0,91% no fechamento de junho. Moreira estima arrefecimento do IPC a 0,6% em julho.

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