As equipes de resgate encontraram fios de cabelo do menino de dois anos de idade que se encontra preso desde domingo em um poço estreito no sul da Espanha, o que dá esperança de encontrá-lo em breve, informaram as autoridades nesta quarta-feira.

Esta é a primeira prova de que realmente Julen está no poço de 25 cm de diâmetro e mais de 100 metros de profundidade, onde trabalham vários agentes dos serviços de resgate desde domingo e incansavelmente, em um caso que chamou a atenção dos espanhóis.

“Nós encontramos um pouco de cabelo [no poço] e os testes realizados pela Guarda Civil, de DNA, certificaram que é da criança”, explicou à rádio Cadena Ser o delegado do governo espanhol na Andaluzia, Alfonso Rodríguez Gómez.

As autoridades não sabem se a criança ainda está viva e alertam sobre as dificuldades e o ineditismo do resgate devido às suas características.

“Há esperança que esteja vivo, e cada minuto que passa está sendo perdido”, disse na terça-feira Miguel Angel Escaño, prefeito de Totalán, onde o poço está localizado.

Após a descoberta do cabelo, “sabemos que há material e que podemos estar perto”, afirmou a repórteres nesta quarta-feira María Gámez, vice-delegada do governo na província de Málaga, que inclui Totalán.

“Nós vemos alguma luz de esperança”, reagiu o pai de Julen, José, que admitiu aos jornalistas que ele e a mãe se sentem “como estivessem mortos, mas com a esperança de que temos um anjo que nos ajudará a tirá-lo vivo”.

“Parece que já se passaram meses”, disse ele, fazendo um apelo para que as equipes de resgate não parem os esforços “até tirarmos o menino de lá”.

As equipes cavam dois túneis, um em paralelo ao buraco e outro em uma direção oblíqua, para tentar chegar ao local onde a criança pode estar, algo que deve levar de 24 a 48 horas.

A operação, na qual nove empresas públicas e privadas participam, recebeu na noite de terça-feira apoio da empresa sueca de geolocalização Stockholm Precision Tools AB, que colaborou no resgate dos 33 mineiros presos por 69 dias no norte do Chile em 2010.

Eles receberam “mais de 60 ofertas de empresas de todo o mundo” para colaborar e cabe a um conselho consultivo liderado por engenheiros determinar quais são as tecnologias mais úteis, disse o coronel-chefe do Comando da Guarda Civil em Málaga, Jesús Esteban.