A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) organizou uma grande festa no Rio de Janeiro para marcar o Dia D de vacinação contra o sarampo. A instituição ofereceu gratuitamente a vacina para tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba). O evento teve também um ato em favor da vacinação, onde colaboradores, gestores, autoridades e moradores das comunidades vizinhas se reuniram às 11 horas para uma foto aérea no centro do gramado do campo de futebol, feita por um drone, representando uma grande gota simbólica. A ação faz parte dos 120 anos de criação da Fiocruz.

A importância da campanha de vacinação destaca-se pelo fato de nos últimos dois anos os índices de cobertura vacinal das principais vacinas ofertadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) terem registrado queda. Doenças como poliomielite, sarampo e outras já consideradas eliminadas ou erradicadas no país são ameaças se a população não compreender o alerta para os riscos da não vacinação.

A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, também participou da festa. Ela alertou para a segurança das vacinas ofertadas à população no Brasil e que essas notícias falsas acabam prejudicando às campanhas de vacinação.

“Hoje, além das notícias falsas que deixam à população insegura contra a vacina, com essa manifestação aqui, nós queremos afirmar a importância da vacinação, porque somos uma instituição que faz política de saúde pública, como instituição do Ministério da Saúde, mas também fazemos pesquisas até para desenvolvimento de novas vacinas, e somos o principal produtor de muitas vacinas do nosso programa nacional de imunizações. A fundação há 26 anos faz esse Fiocruz pra Você no Dia D de vacinação, que é um dia instituído pelo Ministério da Saúde em Brasília”, informou.

Nísia alertou ainda para o perigo da contaminação pelo sarampo em ambientes fechados pode afetar várias pessoas ao mesmo tempo. “O sarampo é uma doença de rápido contágio, por isso ela se torna mais perigosa ainda do ponto de vista individual e coletivo. Mais uma vez isso reforça a vacina”, avaliou.

O desempregado José Francisco do Nascimento, levou a filha Maria Manoela de 3 anos e meio para se vacinar. Ele disse que a vacina tem de ser tomada. “É preocupante por causa dos casos de morte que escutamos por aí. Quanto mais a pessoa prevenir, melhor é”, afirmou.

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A auxiliar de creche, Scarlet Moreira, levou o filho Daniel, de 6 meses, para tomar a vacina tríplice viral. Scarlet vacinou o filho e fez um alerta por ainda não ter conseguido a vacina pentavalente que está em falta na rede pública de saúde. “Eu já procurei em vários postos e está em falta e o jeito vai ser vacinar no particular, porque já está na época da vacinação”.

Já Lorrane Katlen Moreira da Costa, de 21 anos, trouxe o filho Cauã, de 3 anos para se imunizar contra o sarampo, rubéola e caxumba. Ele trouxe também o irmão mais velho e um sobrinho, que estavam fora da faixa de vacinação, que é de seis meses a 5 anos incompletos e aproveitou para passar o dia na Fiocruz, para que as crianças pudessem se divertir na festa.

Festa da vacinação

Com dois palcos — perto do Castelo Mourisco e no Parque da Ciência, do Museu da Vida —, o campus de Manguinhos contou com apresentações de música, teatro e dança, e a presença de especialistas para falar sobre a importância da vacinação. Além das oficinas de pipas, pintura facial e desenho, o local também recebeu exposições interativas e rodas de conversa.

O Fiocruz pra Você teve início em 1993 e, desde então, a instituição procura associar o Dia Nacional de Vacinação a um dia de luta por uma vida saudável e digna para todos. Durante o evento, são realizadas diversas ações de conscientização sobre temas atuais, disseminação de conhecimento da área da saúde, além de atividades culturais, artísticas e de promoção à saúde.


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