Finlândia anuncia sua retirada do tratado de proibição de minas

O presidente finlandês, Alexander Stubb, anunciou nesta sexta-feira (4) a retirada de seu país da convenção internacional que proíbe minas antipessoais, citando a ameaça russa à segurança.

Os parlamentares finlandeses votaram por ampla maioria em junho pela retirada da Convenção de Ottawa sobre minas antipessoais, à qual Helsinque aderiu em 2012.

Stubb afirmou que as necessidades da Finlândia, “em uma situação de segurança em deterioração”, motivaram a decisão.

“A Finlândia não enfrenta uma ameaça militar imediata, mas as mudanças no ambiente operacional exigem que fortaleçamos nossa defesa”, observou.

“Temos uma longa fronteira com a Rússia, que não faz parte do Acordo de Ottawa. Vimos como a Rússia trava a guerra hoje”, acrescentou.

A Finlândia tem uma fronteira de 1.340 quilômetros com a Rússia.

Os signatários do Tratado de Ottawa estão proibidos de usar, armazenar, produzir e transferir minas antipessoais e são obrigados a destruir quaisquer estoques restantes.

As minas, projetadas para serem enterradas ou escondidas no solo, frequentemente mutilam as vítimas, que não morrem instantaneamente.

“A Finlândia não usará minas em tempos de paz”, garantiu o presidente.

A decisão da Finlândia entrará em vigor seis meses após o país notificar oficialmente as Nações Unidas.

Estônia, Lituânia e Letônia, assim como a Polônia, também planejam se retirar do tratado. O secretário-geral da ONU, António Guterres, tem sido particularmente crítico em relação aos Estados-membros que planejam se retirar.

Em junho, Guterres instou os Estados a “cessarem imediatamente quaisquer iniciativas de retirada”, e indicou que planejava lançar uma campanha global “para defender as normas do desarmamento humanitário, acelerar a ação contra minas como meio de promover os direitos humanos e o desenvolvimento sustentável, e avançar na visão de um mundo sem minas”.

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