O primeiro-ministro da Finlândia, Petteri Orpo, anunciou nesta quarta-feira (22) que seu país fechará três dos quatro postos fronteiriços com a Rússia que ainda estão abertos, após um aumento de migrantes que, segundo Helsinque, Moscou está empurrando intencionalmente para a fronteira.

“O governo decidiu hoje fechar mais postos fronteiriços. Apenas permanecerá aberto o posto de Raja-Jooseppi”, indicou Orpo durante coletiva de imprensa.

A Finlândia fechou metade de suas oito passagens fronteiriças com a Rússia na semana passada para deter a chegada de migrantes irregulares.

“Infelizmente, estas medidas não foram capazes de deter este fenômeno”, declarou o primeiro-ministro.

Desde o início de agosto, cerca de 700 solicitantes de asilo entraram na Finlândia sem vistos pela fronteira oriental, segundo os guardas fronteiriços.

O governo afirmou em comunicado que “está claro que as autoridades estrangeiras e outros atores desempenharam um papel para facilitar a entrada de pessoas que cruzam a fronteira para a Finlândia”, culpando também a “delinquência internacional”.

“Trata-se de uma ação sistemática e organizada das autoridades russas”, declarou Orpo nesta segunda-feira.

As três passagens fronteiriças fecharão a partir de sexta-feira até 23 de dezembro, segundo o Ministério do Interior.

“Utilizar a migração como instrumento é uma forma de tentar influenciar na situação interna e na segurança fronteiriça da Finlândia e da União Europeia. Não aceitamos este tipo de ação”, enfatizou o primeiro-ministro.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, rechaçou as acusações de que Moscou estaria empurrando deliberadamente os migrantes para a fronteira finlandesa.

“As autoridades finlandesas começam a apresentar desculpas torpes, incentivando os sentimentos russófobos”, declarou ela em nota.

As relações entre os dois vizinhos pioraram consideravelmente desde fevereiro de 2022, com a invasão russa da Ucrânia, que levou a Finlândia, preocupada com sua própria segurança, a ingressar na Otan em abril de 2023.

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