Finlândia acusa três marinheiros de sabotar cabos no Mar Báltico

O Ministério Público finlandês anunciou, nesta segunda-feira (11), que acusou três marinheiros da tripulação do petroleiro Eagle S de participar da sabotagem de cabos submarinos no Mar Báltico no final de 2024.

O capitão, o primeiro oficial e o segundo oficial foram acusados de crime de dano qualificado e interferência qualificada nas comunicações, informou a instituição em um comunicado.

O Ministério Público acredita que, durante o Natal de 2024, o navio danificou o cabo submarino elétrico EstLink 2 e quatro cabos de telecomunicações que conectam a Finlândia à Estônia, ao arrastar sua âncora ao longo de 90km pelo fundo do Mar Báltico.

Durante a investigação preliminar, os treze suspeitos negaram ter cometido os crimes imputados, segundo o texto.

“Os proprietários dos cabos sofreram danos diretos no valor total de pelo menos 60 milhões de euros (380 bilhões de reais) apenas em custos de reparação”, acrescentou.

O MP afirma que o incidente “representou um grave risco para o fornecimento de energia e as comunicações na Finlândia”, embora os serviços tenham sido garantidos graças a conexões alternativas.

Segundo especialistas e autoridades políticas, estes atos contra infraestruturas energéticas e de comunicações no Mar Báltico se inserem no âmbito de uma “guerra híbrida” travada por Moscou contra os países ocidentais neste vasto espaço marítimo, que banha tanto a Rússia quanto vários membros da Otan.

O Eagle S faria parte da denominada “frota fantasma” – composta por navios antigos, de segurança precária e bandeira estrangeira -, acusados de serem utilizados pela Rússia para contornar as sanções ocidentais, transportando seu petróleo sob embargo.

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