16/02/2017 - 16:20
O financiamento de veículos novos caiu 9,9% em 2016, segundo balanço divulgado hoje (16) pela Associação Nacional das Empresas Financeiras de Montadoras (Anef). Ao longo do ano passado, foram liberados R$ 80,2 bilhões em empréstimos para aquisição de veículos, ante R$ 92 bilhões em 2015. O crédito para compra de carros, motos e caminhões vem sofrendo sucessivas quedas nos últimos ano. Em 2012, o volume de recursos liberado para esse tipo operação foi R$ 118,6 bilhões.
A taxa de inadimplência dos financiamentos de veículos para pessoas físicas registrou alta de 0,4 ponto percentual em 2016, chegando a 4,6%, abaixo do índice geral de crédito, que ficou em 6% no ano passado. Para pessoas jurídicas, o índice de atraso no pagamento acima de 90 dias também subiu 0,4 ponto percentual e chegou a 5%.
Os números são resultado da crise econômica e da alta do desemprego, segundo o presidente da Anef, Gilson Carvalho. Para este ano, ele acredita, no entanto, que há uma tendência de reversão do quadro. “Nós temos mais condições de melhora do que de piora. Quando você olha para o que está acontecendo, as propostas de governo, mudanças microeconômicas e algumas macroeconômicas, eu acho que a gente está muito mais para o positivo do que para o negativo.”
A melhora, no entanto, não será imediata, na avaliação de Carvalho. Segundo ele, o desemprego ainda deve subir um pouco antes de entrar em tendência de queda, o que dificulta que os consumidores honrem compromissos financeiros. “Acredito que possa piorar um pouquinho, mas esse pouquinho acaba se revertendo após a metade do ano. Existe uma pressãozinha de inadimplência”, destacou.
Com a expectativa de crescimento de até 1% do Produto Interno Bruto (PIB), a associação estima que o volume de recursos liberados para financiamento de veículos possa crescer 5% em 2017, chegando a R$ 86,7 bilhões.
Motos
As restrições ao crédito afetaram mais fortemente o setor de motos, como ressaltou o vice-presidente de motocicletas da Anef, Ricardo Tomoyose. “O volume total de motocicletas vendidas retornou aos níveis de 2006”, disse, em referência às 998 mil unidades novas comercializadas ao longo do ano passado.
“Embora os bancos de montadoras tenham evoluído bastante e financiado muito mais em 2016, mesmo assim, não foi suficiente para deter a queda no volume total de motocicletas vendidas”, acrescentou Tomoyose. Os financiamentos foram responsáveis por 34% das aquisições de motos no ano passado, ficando atrás dos consórcios, que responderam por 36%, mas acima das vendas à vista que representaram 30%.