Vinicius de Moraes: poeta, diplomata, dramaturgo, cineasta, jornalista, compositor e cantor. Esse Vinicius, todos conhecem. O Vinicius de Moraes desconhecido do grande público, sobretudo da nova geração, é o ótimo cronista que ele foi. Nada mais oportuno, portanto, que o recém-lançado livro Crônicas inéditas, sob a organização de Eucanaã Ferraz e Eduardo Coelho. Reúne 172 textos publicados na imprensa a partir de 1941. Ainda que eles não tenham a excelência da escrita de Paulo Mendes Campos (o melhor do Brasil), o certo é que Vinicius contava com bastante graça e estilo o dia a dia do Rio de Janeiro, então capital da cultura e capital política e administrativa do País. O único livro de crônicas de sua autoria, que se tinha até o momento, é Para uma menina com uma flor (1966). Detalhe: Vinicius pedia para que os leitores de jornais lhe escrevessem cartas sugerindo temas às suas crônicas, ou lhe enviassem crônicas prontas, porque assim ele não precisava ficar quebrando a cabeça sobre qual assunto falar. Pedia, em um jogo de palavras, com a elegância e a inteligência que sempre o caracterizaram: “o cronista não deve ser apenas o que cria a crônica: ele deve ser também, pois que a crônica é da cidade, o que faz, eventualmente, a crônica que outro não fez, ou por não saber fazê-la, ou por não ser cronista, ou por não querer simplesmente (…). Quem tiver a sua crônica, que me diga”. Ele era assim, maravilhoso e livre, ou não seria o genial Vinicius de Moraes que conhecemos.

“A crônica era o instrumento ideal para o crítico engajado, que, com ela, espicaçava o espírito mercantil das produções ou a apatia e o gosto convencional do público” Eucanaã Ferraz e Eduardo Coelho, organizadores da obra

Arquitetura da escrita

O MELHOR Paulo Mendes Campos: perfeito estilo inglês (Crédito:Divulgação)

O mineiro Paulo Mendes Campos (1922-1991) ainda é o melhor cronista do Brasil – humor na medida certa, um único estilo, seguindo o tradicional método da crônica inglesa. Em alguns de seus textos, Vinicius seguiu o mesmo caminho na tessitura das palavras, como se elas fossem notas musicais. Algumas obras de Paulo Mendes Campos: O domingo azul do mar, Homenzinho na ventania, O cego de Ipanema.

 

CINEMA
Fim da censura a Marvel na China

NA TELA Chineses lotam as salas de projeção do país: Pantera Negra: Wakanda Para Sempre está em cartaz (Crédito:HECTOR RETAMAL)

Demorou quatro anos para que o obscurantista governo da China permitisse que os cidadãos voltassem a assistir aos filmes da Marvel. Os milhares de fãs do Homem de Ferro, Hulk, Capitão América e outros famosos super-heróis já lotam as salas de cinema do país para ver a mais nova produção do estúdio norte-americano. Trata-se de Pantera Negra: Wakanda Para Sempre, o segundo longa-metragem da franquia. A última vez que o público chinês teve acesso a obras da Marvel foi em 2019, quando viu Homem-Aranha: Longe de Casa — traz um personagem de ascendência asiática. Como ocorre em outras áreas, o mercado chinês fica atrás apenas dos EUA no que diz respeito à rentabilidade de bilheteria — tanto os espectadores quanto a Marvel estão felizes com o retorno.

2019 Homem-Aranha: Longe de Casa foi o último longa-metragem da Marvel em território chinês: quatro anos de espera (Crédito:Divulgação)

JUSTIÇA
Ronnie Lessa está fora da PM do Rio de Janeiro

Acertadamente a Polícia Militar do Rio de Janeiro decidiu, na semana passada, expulsar Ronnie Lessa de seus quadros. Ele é acusado do assassinato da ex-vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, ocorridos em 14 de março de 2018. O crime ganhou visibilidade mundial, Lessa foi preso, mas a PM, lamentavelmente, o mantinha na corporação. Se condenado, ele seguirá na cadeia por muitos anos. Chama atenção que a Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro e a Assembléia Legislativa do estado tenham no passado prestado homenagens a Lessa. O atual ministro da Justiça, Flávio Dino, assumiu apostando alto: comprometeu-se em resolver rapidamente o caso Marielle. Por enquanto, nada

EXPULSO Ronnie Lessa: agora, sem a guarida da Polícia Militar (Crédito:Divulgação)