Desde 2009, o Santos é presença constante nas finais do Campeonato Paulista. Até esta oitava final consecutiva – até agora foram quatro conquistas e três vices -, jogadores e técnicos apontam um ponto em comum: a presença de estrelas em ascensão e jogadores já tarimbados.

Isso foi emblemático em 2009, o primeiro ano da série. “Aquele trabalho foi muito bacana”, disse o técnico Vagner Mancini, hoje no Vitória. “O Santos tinha um time experiente. Fui trocando algumas peças, lançando garotos até então desconhecidos, como (Paulo Henrique) Ganso, Neymar e André, e isso foi determinante para chegarmos à final”.

Para o treinador, que neste domingo pode ser campeão baiano mesmo perdendo por 1 a 0 para o Bahia, aquele vice tem de ser valorizado. “Perdemos para uma grande equipe (Corinthians), liderada por Ronaldo Fenômeno”, recordou.

Nos dois anos seguintes, a geração de Neymar e Paulo Henrique Ganso desabrochou e o time levantou duas taças seguidas. Para Elano, que está em sua terceira passagem pelo clube, aquele título foi marcante. “Foi meu primeiro título paulista. Sempre acho que o título mais importante é aquele que está por vir, mas aquele foi importante”, afirmou.

O título de 2012 marcou a consolidação de Neymar como e um dos melhores anos da carreira de Paulo Henrique Ganso. O lateral-esquerdo Léo afirma que foi um momento de reafirmação. “Foi muito importante, pois estávamos vindo de um questionamento enorme após a derrota na final do Mundial, no Japão (o Santos perdeu a final para o Barcelona por 4 a 0). Conquistar o Paulistão, poucos meses depois, voltou a mostrar a força do Santos”, disse.

O ano seguinte seria o ano do tetra, feito que apenas o distante Paulistano havia conseguido nos longínquos anos 1940. Mas o arquirrival interrompeu o sonho. “As finais foram equilibradas. O Corinthians venceu em casa por 2 a 1. Na segunda partida, conseguimos abrir o placar com o Cícero, na Vila, mas eles empataram logo em seguida e não conseguimos levar pelo menos para os pênaltis. Foi duro ver a torcida deles fazer a festa na Vila”, disse Léo.

Em 2014, o Santos viveu um drama que deixa seus ecos no jogo deste domingo. Embora fosse favorito depois de ter feito a melhor campanha, o time acabou derrotado pelo Ituano nos pênaltis dentro do estádio do Pacaembu. Daquela equipe, só restou o zagueiro David Braz.

Três jogadores – Aranha, Mena e Arouca – saíram do clube depois de recorrer à Justiça por causa de atraso nos salários. Embora tenha feito um acordo recente com o clube, Leandro Damião não deixou saudades. Fez poucos gols e acabou na reserva, perdendo o lugar para Gabriel, artilheiro em ascensão.

Depois de perder duas finais seguidas, a equipe conseguiu se recuperar com a força dos coadjuvantes. Dirigida pelo auxiliar Marcelo Fernandes, a equipe superou o Palmeiras nos pênaltis após dois jogos equilibrados. “Foi um momento único na minha carreira. Foi meu sétimo título com a camisa do Santos, mas meu primeiro jogando”, disse o goleiro Vladimir, hoje reserva.

Comandado por Robinho, em sua terceira passagem pelo clube, o Santos conseguiu se igualar ao São Paulo no ranking estadual. Apesar do título, Marcelo Fernandes teve uma campanha ruim no Campeonato Brasileiro e acabou substituído por Dorival Júnior, que vai buscar o quinto título santista em oito decisões paulistas.