Finalista dos 400m e do revezamento 4x400m no Mundial de 2013, quando tinha apenas 21 anos, Anderson Henriques passou a ser tratado como um dos grandes nomes do atletismo brasileiro. Mas o gaúcho da Sogipa não estará nos Jogos Olímpicos do Rio. Precisando lidar com uma série de lesões nos últimos dois anos, ele é só o 10.º do ranking brasileiro em 2016 e não fará parte nem mesmo do 4x400m no Rio-2016.

“Treinamos bastante. Lesionamos bastante. Nunca tive dificuldade de voltar a treinar, mas esse ano estava com muitas lesões. Recupera uma começa outra, perde algumas semanas de treinos… As coisas começaram a se embolar e acabou que fui treinar bem duas, três semanas antes do Troféu Brasil. Não foi suficiente”, disse Anderson, sem tirar os óculos escuros e expor a frustração após a final dos 400m no Troféu Brasil.

Se o oitavo lugar no Mundial de Moscou foi uma surpresa boa, a mesma posição no campeonato nacional foi uma decepção. Tivesse ficado em sexto, apenas 0s27 à frente, iria à Olimpíada para compor o revezamento que ele ajudou a levar a uma final de Mundial após 12 anos, em 2013.

Desde então, ele mais se tratou do que competiu. “Começou com uma fascite plantar em 2014. Competi só duas vezes em 2015, fui relativamente bem, fiz 46s17. Mas aí fiquei um ano sem competir. Tive várias lesões. Púbis, adutor, posterior. O pé às vezes melhorava, às vezes voltar a dor. Tudo contribuiu para não chegar a lugares maiores”.

Como os critérios para a formação da equipe foram estritamente técnicos, nem o resultado histórico de Anderson poderia ajudá-lo a entrar no time. A comissão técnica vai chamar a partir do resultado do Troféu Brasil, no qual o gaúcho apostava todas suas fichas. “Quem está indo está indo porque teve seus méritos. O critério é esse, não tem o que reclamar”, aponta.