Em mais uma nova polêmica no território italiano, uma das finalistas do concurso Miss Itália, Sevmi Tharuka Fernando, foi vítima de racismo e discurso de ódio nas redes sociais devido à cor de sua pele. A jovem de 20 anos nasceu em Pádua e atualmente reside em Villanova di Camposampiero, na região do Vêneto. No entanto, seus pais são originários do Sri Lanka e moram na Itália há cerca de 30 anos. Diversos internautas afirmaram que Sevmi não pode representar a beleza italiana. “Você não é uma beleza italiana, você tem a pele escura”, escreveu um dos usuários. “Não merece participar do Miss Itália”, acrescentou outro. “Infelizmente ainda existem tantos preconceitos, tantas pessoas não aceitam que eu sou italiana apenas porque tenho pele escura. Se eu fosse filha de pais alemães e nascesse na Itália, estou convencida de que essa discriminação nunca teria nascido”, rebate Sevmi em entrevista ao jornal italiano “Corriere del Veneto”.

A bela modelo, que tem 1m71 de altura, olhos e cabelos castanhos escuros e é esteticista, explicou que tem sofrido ataques racistas desde que passou na primeira fase do concurso de beleza. “São pessoas que me escrevem em particular para não se exporem, mas a questão não muda. Também participo da competição para quebrar essas discriminações e continuar meu caminho. Se alguém me critica, significa que fui notada entre muitos”, acrescentou Sevmi.

O caso provocou comoção em meio às celebridades, que publicaram mensagens de incentivo no Instagram. A Miss Itália 1996 Denny Mendez, também alvo de preconceito, prestou solidariedade e apoio à Sevmi. “Parabéns! Boa Sorte!, escreveu ela na rede social. A final do Miss Itália 2019 será apresentada por Alessandro Greco e transmitida ao vivo pela Rai1 diretamente de Jesolo, na próxima sexta-feira (6). Entre as 80 finalistas, Sevmi se junta a outras duas concorrentes de origem estrangeira: uma marroquina e outra ucraniana. Este é mais um caso de racismo no Miss Itália. Além de Denny Mendez e Sevmi, a modelo Samira Rui, natural do Senegal, que obteve a terceira colocação no concurso de 2017, também foi alvo de preconceito. “O Miss Itália sempre entendeu e integrou a evolução social do país. Existe um modelo de integração que cresce, que evolui e que não podemos ignorar”, afirmou Patrizia Mirigliani, patrocinadora da competição.