Em nota, a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP afirmou que um aluno foi preso, nesta quinta-feira, 28, em sala de aula, por policiais civis, em razão de suposto crime “potencialmente grave que choca a comunidade”. A Instituição criticou o fato de o aluno ter sido preso dentro da instituição, interrompendo a aula.

A Faculdade afirma que “policiais civis uniformizados e fortemente armados entraram em salas de aula para buscar um aluno acusado de crime potencialmente grave que choca a comunidade”. “O estudante foi levado para uma delegacia onde responde a acusações”.

A diretoria afirma que “é inteiramente a favor do combate a crimes potencialmente graves que chocam a comunidade”. “Temos uma longa tradição de estudos e ações com vistas a combater quaisquer tipos de violência”.

“Sem entrar no mérito das acusações, que a Justiça irá julgar, resguardados os direitos também do acusado, de acordo com os preceitos do Estado democrático, chocou-nos a desproporcionalidade entre os fins e os meios do procedimento policial. Por que o aluno não foi preso na sua residência, como seria típico de um flagrante? Para quê interromper aulas com armas à vista na Universidade? Para quê mobilizar duas dezenas de policiais uniformizados e com uso de metralhadoras para prender o acusado nos prédios da USP?”, diz a Universidade.

“A diretoria da Faculdade está acionando a procuradoria da Universidade com vistas a esclarecer o episódio. Não vamos aceitar calados que a imagem da FFLCH-USP e a autonomia desta instituição sejam violados por ações injustificáveis. O mais do que necessário combate à criminalidade não pode justificar a agressão às instituições universitárias”, conclui, por meio de nota.