RIO DE JANEIRO, 24 ABR (ANSA) – Existe algo de extraordinariamente humano no modo como o cineasta Alain Ughetto conta a história de sua família no filme “Proibido a cães e italianos”. Não apenas pelo temática – a imigração italiana no início do século 19, marcada por dificuldades, sonhos e humilhações -, mas pela forma como escolhe contá-la: uma animação artesanal, moldada por suas mãos, construída com materiais simples, quase humildes, como as vidas que evoca.
Barro, madeira e carvão tornam-se personagens, paisagens e emoções.
Através de um diálogo imaginário com um padre que já morreu, o diretor cria uma narração ao mesmo tempo íntima e coletiva. A memória familiar se transforma em memória histórica e o passado, longe de ser um refúgio nostálgico, torna-se material vivo e questionador. É um cinema que não grita, mas escuta, que não ilustra, mas evoca. Cada gesto narrativo é medido, respeitoso, animado por uma ternura que nunca busca complacência.
Apresentado no IICinema Rio Panorama, o filme se insere naturalmente entre as obras capazes de unir forma e substância.
Promovida pelo Instituto Italiano de Cultura do Rio de Janeiro, pela Câmara de Comércio Italiana do Rio de Janeiro e pela Associação “Il Sorpasso”, em colaboração com Pandora Filmes e Risi Film Brasil, a obra será exibida gratuitamente no Teatro Itália na capital fluminense no dia 30 de abril às 18h30.
(ANSA).