Filme com Will Smith sobre escravidão não será rodado na Geórgia por polêmica lei eleitoral

Filme com Will Smith sobre escravidão não será rodado na Geórgia por polêmica lei eleitoral

O drama sobre escravidão “Emancipação”, com Will Smith, não será mais filmado na Geórgia depois que esse estado do sul dos Estados Unidos aprovou uma lei de direito ao voto que, segundo seus opositores, visa reduzir a participação de comunidades negras e outras subrepresentadas.

A Geórgia se tornou um importante centro de produção para a indústria cinematográfica americana nos últimos anos, mas a medida adotada pelos produtores de “Emancipação” segue as crescentes críticas públicas e boicotes de empresas, organizações esportivas e de entretenimento devido à controversa decisão do mês passado.

“Não podemos, em sã consciência, fornecer apoio financeiro a um governo que promulga leis eleitorais regressivas destinadas a restringir o acesso dos eleitores”, disseram Smith e o diretor Antoine Fuqua em comunicado enviado à AFP.

“Infelizmente, nos sentimos obrigados a realocar nosso trabalho de produção cinematográfica da Geórgia para outro estado”, anunciaram.

A lei promulgada pelo governador republicano da Geórgia impõe requisitos de identificação do eleitor, limita o número de urnas e proíbe voluntários de fornecerem garrafas de água aos eleitores que podem ter que esperar na fila por horas.

“As novas leis de votação da Geórgia lembram as barreiras para votar que foram aprovadas no final da Reconstrução para impedir o voto de muitos americanos”, escreveram Smith e Fuqua, mais conhecidos pelo premiado “Dia de Treinamento”, vencedor do Oscar em 2001.

O presidente democrata Joe Biden, que assumiu o cargo em janeiro, venceu Donald Trump por pouco na Geórgia, um dos estados mais polêmicos das eleições de novembro de 2020.

Trump alegou falsamente que perdeu nesse estado por fraude eleitoral, após uma participação sem precedentes devido ao aumento da votação antecipada e do voto por correio em meio a pandemia de coronavírus.

Na Geórgia, os afro-americanos enfrentam tentativas de suprimir seus votos há décadas. Em protesto contra a nova norma, entidades como a Liga Profissional de Beisebol dos Estados Unidos, a Delta Airlines e a Coca-Cola já agiram ou expressaram publicamente suas críticas.