O governo das Filipinas voltará a confinar a partir de terça-feira mais de 27 milhões de pessoas, o que representa quase 25% da população do país, depois que associações médicas alertaram que a nação estava perdendo a batalha contra o novo coronavírus.

Desde o início de junho, quando a maior parte do país saiu de um dos confinamentos mais longos e estritos do planeta, os contágios multiplicaram por cinco, superando 100.000 casos.

No domingo à noite, o presidente Rodrigo Duterte anunciou um novo confinamento na capital, Manila, assim como em quatro províncias próximas, na ilha de Luzon.

Durante as próximas duas semanas, o transporte público e os voos locais serão interrompidos.

As autoridades pediram à população que permaneça em casa e que as pessoas saiam apenas para comprar produtos de primeira necessidade ou fazer exercícios.

Apenas um número limitado de empresas pode prosseguir com as atividades. Os restaurantes não serão autorizados a fazer entregas a domicílio.

“Não conseguimos estar à altura. Ninguém esperava isso”, afirmou o presidente Duterte, que rejeitou os pedidos para demitir o ministro da Saúde, Francisco Duque.

No sábado, 80 associações de médicos alertaram em uma carta aberta ao presidente que o país estava perdendo a batalha contra a COVID-19 e pediram ao chefe de Estado o retorno de um confinamento mais estrito, no momento em que os contágios aumentam e que os hospitais, lotados, rejeitam pacientes.

Nesta segunda-feira, as associações receberam de maneira favorável a decisão do presidente por considerar que deve representar um alívio aos profissionais da saúde.

As autoridades filipinas anunciaram o recorde de 5.032 casos no domingo. O país registra quase 2.000 mortes provocadas pela COVID-19.