 "Divulgação/Fundação Alexandre Gusmão")
O The Wall Street Journal defendeu, em editorial publicado no domingo, 27, a soltura de Filipe Martins, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está em prisão domiciliar em Ponta Grossa, no Paraná.
No texto, o jornal menciona erros em registros do caso Filipe Martins no Departamento de Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP, sigla em inglês) dos EUA, em Orlando, na Flórida.
“Um tribunal brasileiro vem usando registros falsos do CBP para deter o Sr. Martins como um risco de fuga desde março de 2024 na investigação de um suposto golpe de Estado de Bolsonaro contra o presidente brasileiro Luiz Inácio ‘Lula’ da Silva”, disse o editorial. “O Sr. Martins deveria estar em liberdade enquanto prepara sua defesa”, completou.
Filipe Martins foi assessor de Assuntos Internacionais de Bolsonaro e é apontado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) como um dos membros da comitiva do ex-presidente que viajou aos EUA depois da derrota nas eleições presidenciais de 2022.
Martins nega que tenha embarcado na comitiva do ex-presidente, que foi aos EUA no dia 30 de dezembro de 2022. No início de julho, o embaixador André Chermont, ex-chefe do Cerimonial da Presidência, relatou ao STF que Martins não teria embarcado no avião presidencial.
Integrante do “núcleo 2” da trama golpista
O ex-assessor e outros acusados integram o chamado “núcleo 2” da denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) por participação em uma suposta trama golpista após o pleito de 2022.
Filipe Martins é acusado de fazer parte do núcleo jurídico da operação, incluindo auxiliar com a criação de minutas para instituir Estado de Sítio e a aplicação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem). Ele nega todas as acusações.
Em fevereiro de 2024, Martins foi preso durante a Operação Tempus Veritatis e ficou detido por seis meses no Paraná por supostamente ter deixado o Brasil. Depois, passou a cumprir prisão domiciliar.
No editorial, o The Wall Street Journal ainda cita os fatores políticos que o presidente Donald Trump usou para impor tarifas de 50% sobre todos os produtos importados do Brasil.
“Trump talvez começasse melhor em casa, com uma investigação transparente sobre como registros falsos sobre Martins foram publicados em um site do CBP, depois desapareceram e reapareceram. Isso teria o benefício adicional de inocentar Martins da acusação de fugir ilegalmente de seu país”, finalizou.