Filipe Luís enaltece atletas do Flamengo e entra na polêmica dos gramados: ‘Falta coragem’

O técnico Filipe Luís exaltou o futebol que tem sido apresentado pelo Flamengo após a goleada por 5 a 0 sobre o Maricá, no Maracanã, no sábado, que rendeu a 25ª Taça Guanabara à galeria do clube da Gávea. Em entrevista coletiva após a partida, o técnico valorizou seus jogadores com o mesmo brilho nos olhos com que abordou o polêmico debate sobre os gramados nos estádios brasileiros.

Com a experiência de ter passado por situação semelhante na Espanha, quando defendia o Atlético de Madrid, Filipe Luís comemorou a união dos atletas, defendeu técnico palmeirense Abel Ferreira e fez longa análise sobre os gramados naturais e sintéticos, concluindo que faltam investimento e coragem para que os atletas tenham um local de trabalho adequado para brilhar.

“A Série A tem de ser regulamentada para ter gramados naturais e bons e precisa ter multa se não for bom. O que mais vejo aqui são desculpas. Pelo clima, na Arábia Saudita faz 50 graus e tem um tapete. É investimento. O que vejo é muita gente que fala, mas não tem coragem de bater de frente. Para fazer tudo isso tem de ter coragem para tentar proibir. Falta gente que tome essas decisões”, afirmou o treinador do Flamengo, lembrando como os espanhóis resolveram o problema.

“Eu peguei muitos gramados ruins na Espanha, até chegar um presidente em La Liga e obrigar todo mundo a colocar gramado bom. E encher estádio. É obrigatório encher o estádio, então que se virem os clubes”, comentou. “O que eu sinto do Brasil é isso, vamos vendo o que os outros países vão fazendo e a passos lentos vamos mudando. “O Maracanã, por exemplo, está melhor. Foi o estádio com mais jogos no mundo no ano passado, mas existe um plano, quando começar a ficar ruim, coloca um novo. Ficamos sem jogar, vamos para Volta Redonda, Brasília e coloca um gramado novo. Seria uma das soluções.”

Filipe Luís defendeu o uso de gramados naturais de qualidade para os clubes que podem mantê-los e em grandes competições, mas vê utilidade nos tapetes sintéticos. “O que adianta preparar um plano de jogo para chegar em um gramado que a bola não anda, que os jogadores não conseguem correr, 11h da manhã, como no sub-17? Não é humano. Para isso, é melhor colocar sintético. Agora, clubes com condição para vender nosso produto para fora do país, gramado natural, não há dúvidas, todos os jogadores preferem. O Abel falou que tem um (gramado natural) top, vejo outros como o do Inter, o do São Paulo, o do Coritiba, o do Corinthians é o melhor do Brasil.”

O técnico também analisou a campanha do Flamengo no Campeonato Carioca e afirmou que “é prazeroso ver” seus atletas comprometidos em campo e que o maior desafio na temporada será “fazer com que esse time continue com essa fome de títulos”. Por outro lado, ele quer manter a equipe com os pés no chão.

“Este torneio não vai dizer como vai ser a temporada. Depois que o Brasileiro começar, o Carioca ficou para trás, a Taça Guanabara ficou para trás. Para o Brasileiro, não vale nada. Vale como preparação, como pré-temporada para os jogadores entrarem em forma. Claro que queremos ganhar, mas não vai nos deixar absolutamente nada para o Brasileiro, começa do zero”, disse.