Ao que tudo indica, Bolsonaro já escolheu o seu destino para disputar a reeleição no ano que vem: o PL. Sem partido desde que deixou o PSL, em 2019, o capitão estava a procura de um partido para chamar de seu.

A possível migração do mandatário para essa legenda revela mais uma das inúmeras contradições nas quais mergulhou Bolsonaro desde que chegou à Presidência.

De lá para cá, praticamente tudo o que prometeu aos seus eleitores em campanha caiu por terra. Em 2018, o então candidato dizia ser contra a corrupção. Hoje, seu governo está atolado em um lamaçal de suspeitas e é investigado por eventuais malfeitos. Também criticava o Centrão, além de negar que faria qualquer tipo de aliança com o grupo. Atualmente, Bolsonaro entregou os principais cargos nas mãos daqueles que atacava.

Antes de virar presidente, Bolsonaro chegou a insinuar que o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, era corrupto e condenado, ao responder perguntas sobre uma possível indicação do PL para vice na chapa do capitão. “O outro nome que você falou aí, o Valdemar Costa Neto, já foi condenado no mensalão, está citado, citado não, está bastante avançada a citação dele no tocante à Lava Jato. Eu converso com o Magno Malta (do PL). Qual partido não tem gente com problema?”, disse na época.

Bolsonaro não está preocupado por estar fazendo tudo o que prometeu que não faria. Para ele, o que realmente importa é garantir a reeleição para dar continuidade ao seu projeto pessoal de Poder – totalmente alheio ao bem estar comum. Com cada vez menos instrumentos disponíveis para que isso aconteça, o mandatário resolveu vender de vez a sua alma ao diabo. Se a filiação ao PL se concretizar, Bolsonaro dará outro recado: de que, para ele, a corrupção é um fator meramente negociável, assim como praticamente tudo em seu governo. Mais importante para ele é assegurar a vitória em 2022, custe o que lhe custar.

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